Presidente do CRB promete apoio a Olívio e se revolta com punição: "Radical demais"

Publicado em 12/12/2017, às 20h52

Redação

aumento da suspensão do volante Olívio de um para quatro anos deixou o presidente do CRB, Marcos Barbosa, revoltado com a Corte Arbitral do Esporte (CAS). O Tribunal julgou o recurso da World Anti-Doping Agency - WADA (Agência Mundial Antidoping) no dia 25 de setembro, em Lausanne, na Suíça, e aplicou a pena mínima por doping. O clube confirmou o resultado nesta terça-feira (12). 

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Em entrevista à Rádio Pajuçara FM Maceió, o mandatário regatiano mostrou indignação com o resultado do julgamento e chegou a citar o caso do atacante Guerrero para ver como será a decisão do CAS.  

"Radical demais. Essa corte que se diz a dona da verdade. [Olívio] Ele é réu primário. [O produto] Um gel que é usado através de prescrição médica. Não é nenhum material proibido por lei, como se fosse cocaína e outros. Quero aguardar agora [a decisão], sem desejar mal ao jogador, que o Guerrero seja absolvido. Mas a pena pode ser maior. [...] Estranho. Essa corte não tem um departamento médico para que realmente analise os depoimentos dos médicos do CRB. Fomos surpreendidos. Não só o CRB, mas os alagoanos estão envergonhados com essa decisão. O Olívio é uma pessoa de bem", desabafou.


Marcos Barbosa, presidente do CRB (Foto: Douglas Araújo / Ascom CRB)

Os casos de doping de Olívio e Guerrero são diferentes. O atacante do Flamengo e da Seleção do Peru foi flagrado no antidoping realizado após jogo contra a Argentina, válido pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2018 e disputado no dia 5 de outubro.


Paolo Guerrero, atacante do Flamengo (Foto: Thiago Ribeiro / AGIF)

O teste denunciou a presença de benzoilecgonina, metabólito presente na cocaína. A contraprova também deu positiva, o que fez com que o centroavante fosse acusado de descumprir o regulamento da Fifa. Na sexta-feira (8), a Fifa anunciou que Paolo Guerrero foi suspenso por um ano por doping. A defesa de Guerrero vai recorrer ao Tribunal de Apelações da Fifa e, se a pena for mantida, à Corte Arbitral do Esporte (CAS).  

"Não tem justificativa [o aumento da suspensão]. O jogador foi para uma clínica particular e pediu para utilizar um determinado medicamento. Foi feito o exame e receitado esse remédio. O gel é aplicado em qualquer parte do corpo, no ombro e axilas, por exemplo. Foi colocado, inclusive, com depoimento de dois médicos. [Corte] Eles não atenderam. Eles não têm lá [na Suíça] a circunstância do especialista. Se não me engano, [a substância] podia chegar a 3 mil, ele [Olívio] teve constatado algo do tipo 350. É réu primário, nunca utilizou nada. A cocaína é proibida e não é liberada. Essa substância do Olivio é proibida [por dopping], mas é liberada", comparou.

Olívio segue no CRB

Marcos Barbosa revelou como contou a notícia ao atleta e garantiu que o clube vai utilizar Olívio nas categorias de base ou no futebol profissional. 

"Tomamos conhecimento no domingo, mas o Olívio estava viajando. No outro dia conversei com o Olívio. Falei que tinha acontecido isso e o CRB não ia deixar o jogador fora, porque ele não é criminoso, não faz parte de nenhuma delinquência no Brasil e nem no mundo. Quem achou que a Corte iria destruir o jogador humanamente está enganado. O presidente e a torcida do CRB vão recuperar o jogador". 


(Foto: Douglas Araújo / Ascom CRB)

"Ele não poderá jogar, mas pode ser um treinador da base, pode ajudar o futebol do CRB. Conversamos com o jogador. Ele receberá um salário, não aquele salário que receberia como jogador, mas outro, menor. Ele pode ajudar trabalhando com o futebol de base e o profissional com o presidente e o diretor Alarcon Pacheco", completou. 

Suspensão

Olívio testou positivo após a derrota por 1 a 0 para o Vasco, pela Copa do Brasil do ano passado. A coleta foi realizada no dia 11 de maio de 2016, no Estádio Rei Pelé. No relatório técnico emitido pelo laboratório de Los Angeles, foi encontrada na urina do jogador a substância "IRMS" (Testosterona), proibida no Regulamento de Controle de Doping da Confederação Brasileira de Futebol e da Agência Mundial Antidoping (WADA). 


(Foto: Douglas Araújo / Ascom CRB)

O jogador pegou um ano de punição em julgamento no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD. Cumpriu a punição e chegou a voltar ao campo pelo Galo na derrota para o Londrina, na 27ª rodada da Série B, dia 29 de setembro. Mas a WADA recorreu e o julgamento foi parar no CAS, que é a última instância esportiva. 

Ídolo no Galo

Natural de São Paulo, Olívio Aparecido Costa chegou ao Regatas no início de 2014 e logo caiu nas graças do torcedor regatiano. Vestindo a camisa alvirrubra, o volante conquistou o bicampeonato alagoano (15/16). Suspenso, ele não esteve na campanha do tricampeonato conquistado nesta temporada.

O jogador teve o contrato renovado com o clube para 2018, inclusive sendo registrado na CBF. Olívio vai completar 30 anos no próximo dia 21 de dezembro.   

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