Justiça

Prejuízo milionário: advogados e empresários são alvos de operação contra fraudes em postos de combustíveis

| 07/08/24 - 07h08
| Foto: Ascom MPAL

O Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens (Gaesf), cumpriu 25 mandados de busca e apreensão contra uma organização criminosa especializada em fraudes tributárias a partir de postos de combustíveis. A ação faz parte da Operação Saccharum e aconteceu na manhã desta quarta-feira (07) em Maceió, Pilar e Arapiraca.

Os mandados foram expedidos pela 17ª Vara da Capital, contra pessoas físicas e jurídicas. A organização criminosa, segundo o Gaesf, é formada por empresários, contadores, advogados, “laranjas” e testa-de-ferro. Estes últimos eram usados pelos líderes da Orcrim na composição de quadros societários das empresas.

As investigações, que duraram oito meses, apontam que a organização criminosa sonegou dos cofres públicos, no mínimo, a importância de R$ 11.093.270,00 (onze milhões, noventa e três mil, duzentos e setenta reais). Seus integrantes são acusados, dentre outras coisas, da prática de sonegação fiscal, falsidade ideológica e crime contra as relações de consumo. 

Durante a operação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em postos de combustíveis, escritórios de contabilidade e advocacia e uma empresa de eventos e produções. Além disso, o Ministério Público e as Polícias Civil e Militar também executaram uma medida cautelar na residência particular de alguns integrantes do núcleo criminoso. Um dos alvos é em um rancho. Exames de sangue estão sendo realizados nos cavalos para apreensão.

Após requerimento feito pelo Gaesf, a 17ª Vara Criminal bloqueou imóveis, veículos, contas-correntes e outros bens em nome dos integrantes da organização criminosa.

Saccharum

A operação ganhou esse nome porque “Saccharum” é a denominação científica para cana-de-açúcar, produto principal de onde é extraído o álcool, um dos componentes para a fabricação do combustível. Aplicando-se a analogia, o “Saccharum” também serve para produzir fraudes contra o fisco alagoano. 

Gaesf

Criado em 2017, o Gaesf é composto pelo Ministério Público do Estado de Alagoas, Secretaria de Estado da Fazenda, Procuradoria-Geral do Estado, Secretaria de Estado da Segurança Pública, Polícias Civil e Militar, Secretaria de Estado de Ressocialização e  Inclusão Social e Polícia Penal.

*Com assessoria