Prefeitura homenageia mulheres com Troféu Selma Bandeira

Publicado em 28/03/2019, às 16h27
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Redação

Em março, Mês da Mulher, a Prefeitura de Maceió homenageia 13 mulheres da capital com o Troféu Selma Bandeira, honraria municipal destinada a personalidades femininas de relevante atuação no desenvolvimento social, político, econômico e cultural da cidade. A cerimônia de entrega será realizada nesta quinta-feira, dia 28, às 19h30, no Teatro Deodoro, Centro de Maceió.

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Conheça as homenageadas deste ano:

Adriana Vilela Toledo

Agraciada na categoria ‘Serviço Público Municipal’, Adriana Vilela Toledo é graduada em Pedagogia, com especialização em Pedagogia Empresarial e Administração Pública. Servidora pública concursada, desde os anos 90 atua no serviço público, especificamente nas áreas do Trabalho, Saúde e Educação.

Adriana coordenou 23 edições do Projeto Bairro Vivo da Prefeitura de Maceió, o Plano Juventude Viva e a implantação da Semana do Bebê na capital, uma ação integrada com o Unicef para garantir o direito à sobrevivência e ao desenvolvimento das crianças, da gestação até os 6 anos de vida.  “Já são mais de 30 anos no serviço público. Entre muitos projetos, trabalhei ativamente nas campanhas Outubro Rosa do PSDB/Mulher e  Maceió Rosa, ambas com o objetivo de chamar atenção das mulheres para a prevenção e combate ao câncer de mama”, destacou Adriana Toledo.

Ana Claúdia Laurindo

Contemplada na categoria “Literatura’, a socióloga Ana Claúdia Laurindo já escreveu cinco livros, dentre eles “Bastidores da Violência (e dos violentos) em Alagoas”, “Construção da Alma Alagoana – de Graciliano aos nossos dias” e “200 anos de Alagoas: Análise Socioantropológica”. Para ela, o prêmio é um reconhecimento. “Receber uma notícia de premiação é sempre algo muito bom porque significa reconhecimento, que estamos tendo visibilidade e que as pessoas estão vendo aquilo que a gente produz. É muito gratificante, mas também é um aumento da nossa responsabilidade”, afirmou.

“Eu classifico o meu trabalho literário como um trabalho que historiagrafa Alagoas, todas as cinco obras que tenho, de algum modo, registram aspectos da história do povo de como a nossa vida se concretiza na cultura, na política, na economia. Mulher com esse recorte de produção literária realmente precisa de incentivo, porque é uma área onde o teor masculino é muito mais forte. É um reconhecimento que gera gratificação, estímulo, um incentivo para continuar”, reforçou.

Delza Gitaí

Agraciada na categoria ‘Filantropia’, a médica e professora aposentada da Universidade Federal de Alagoas Delza Leite Góes Gitaí, é uma das responsáveis pela implantação do Centro de Valorização da Vida (CVV) em Maceió.

“O centro é uma entidade filantrópica sediada em São Paulo criada em 1962 e no momento ela desenvolve-se através de uma rede de postos que já está em 107 municípios brasileiros. Nós valorizamos a vida e com isso prevenimos o suicídio com uma perspectiva de uma sociedade mais fraterna, solidária e justa. O nosso atendimento é através do telefone 188, a ligação é gratuita e atendemos pessoas de todo Brasil”, pontuou.

Elvira Rebelo

Na área da ‘Música’, foi escolhida a cantora lírica e professora de canto, Elvira Rebelo. Ela canta desde os 14 anos e diz que compartilhar o conhecimento é uma das coisas que mais a deixam feliz. “A música está presente na minha vida desde criança. Aos 14 anos ingressei no canto coral e aos 17 eu entrei na faculdade, passei em Canto Lírico, na classe da professora Fátima de Brito. Depois disso fiz pós-graduação, fui para parte de ensino e fiz mestrado em Performance e Ópera em Portugal. E tudo isso a cabeça fervilha e a gente quer fazer o que gosta na nossa cidade, compartilhar e fazer com que isso dê frutos e não somente seja um acúmulo de conhecimento”, afirmou.

Ela atua tanto na Rede Municipal de Ensino, quanto em projetos sociais como o Promúsica Juvenópolis, em Bebedouro e o ‘Nosso Lar’, na Comunidade Sururu de Capote. “Uma das coisas que mais me dão alegria é compartilhar o acesso à música clássica que é importantíssima para a formação do cidadão. Eu e meu esposo já desenvolvemos alguns trabalhos sociais com crianças e adolescentes, democratizando o acesso e também a formação educacional musical. Estou muito feliz e honrada, agradeço muito a homenagem. Tenho a consciência de que tem muito mais a ser feito e estou muito feliz por representar a todos com quem trabalho, levantando essa bandeira da música clássica em Alagoas.”

Emanuely Vital

A cabeleireira Emanuely Vital foi contemplada com o troféu Selma Bandeira, na categoria ‘Empreendedorismo Empresarial’. Filha de ambulantes, já trabalhou como vendedora, panfletista, faturista e fundou o salão de beleza Manu Cabelos, especializado em penteados afro, cabelos crespos, cacheados e ondulados. Ela conta que desde muito pequena costumava trançar os próprios cabelos, depois os cabelos das amigas e, já adulta, atendia clientes de forma improvisada para complementar a renda familiar. “Eu era faturista de uma empresa e depois do expediente eu trabalhava fazendo o trançado. E isso foi crescendo até o momento que eu não conseguia mais dar conta. Foi quando saí do meu emprego e fui montar meu negócio. O salão era bem pequeno no início, mas fui reformando o espaço e hoje tenho um salão bem maior. Já são 10 colaboradores e atendemos a 300 clientes por mês”, afirma.

Para ela, o trabalho no salão não é só sobre cabelos, é sobre empoderamento por meio da estética. “A maioria das minhas clientes não se conhecia com o cabelo natural porque sempre tiveram aquela coisa de padrão de beleza, de cabelo liso, então elas desde muito cedo alisavam o cabelo. No salão, a gente dá essa oportunidade de elas se conhecerem, passarem pela transição capilar e muitas delas adoram e não utilizam mais técnicas de alisamento. É o autoconhecimento, o empoderamento de dizer ‘eu quero assim, vou usar o meu cabelo da forma que eu quiser’. Desde pequena, eu montava o salão de cabeleireira pra brincar e sempre tive total convicção de que nasci pra fazer isso. Hoje me sinto realizada.”

Eunice Nonô

Na categoria ‘Defesa dos Direitos Humanos’ a escolhida foi a advogada Eunice Auto da Silva Nonô. Ela  se disse muito contente em ser lembrada por meio do troféu. “Muito honroso pra mim, aos 91 anos, ser agraciada com um prêmio tão importante e de uma simbologia tão grande.”

“Conheci Selma Bandeira e sei que ela era uma mulher de muita fibra e garra e foi uma pessoa a quem aprendi a admirar. Eu faço parte, há 30 anos, de um grupo grande de cidadãs, a Associação Brasileira de Mulheres de Carreira Jurídica (ABMCJ). São juízas, promotoras, advogadas, delegadas, mulheres que lutam pelos direitos dos cidadãos”, pontuou. Eunice foi secretária Estadual de Educação e atualmente é diretora-secretária da Associação Brasileira de Mulheres de Carreira Jurídica (ABMCJ).

Fabiana Toledo

Na área de ‘Gestão Pública Municipal’, o reconhecimento foi para a atual diretora-presidente do Instituto de Previdência dos Servidores Públicos de Maceió (Iprev-Maceió), Fabiana Toledo. Ela cursou graduação e pós-graduação na área de Ciência da Computação e vêm trabalhando para a modernização do sistema previdenciário.

Para ela, receber o troféu reforça que o trabalho desenvolvido à frente do Iprev está indo na direção certa. “Receber o prêmio Selma Bandeira na categoria Gestão Pública para mim é gratificante, a minha trajetória no serviço público conta com 20 anos de experiência nos âmbitos federal, estadual e municipal. Durante esse tempo eu ganhei alguns prêmios nacionais e internacionais na área de inovação, que reforçaram minha chegada à Prefeitura de Maceió no ano de 2013, na missão de colaborar com a modernização dos fluxos e processos e informatização de serviços.”

Maria José Ferreira da Silva

Conhecida como Zeza do Coco, Maria José Ferreira da Silva iniciou sua trajetória artística na cultura popular aos cinco anos de idade, quando acompanhava os pais nas tapagens das casas de taipa nas fazendas da zona da mata alagoana. Ela foi agraciada na categoria ‘Preservação da Cultura Popular’.

“Em 1975, participei da fundação do grupo “Pagode Comigo Ninguém Pode”, com a dama do Coco Alagoano, Mestra Hilda. Com ela, comunguei participações em festivais e apresentações culturais nos estados de Alagoas, Ceará, Paraíba e Pernambuco”, disse Zeza, que permaneceu 37 anos no grupo. Ela faz parte da Associação dos Folguedos Populares de Alagoas e representa um Patrimônio Vivo da Cultura Alagoana, título que recebeu do Governo de Alagoas em 2016.

Maria Socorro França da Silva Rocha

Agraciada na categoria ‘Pesquisa’, Maria do Socorro França é graduada em enfermagem pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e trabalhou nas coordenações de Atenção Básica de Saúde dos municípios de Maceió (2013-2014), Satuba (2009 – 2012), Jequiá da Praia (2007 – 2008) e Palmeira dos Índios (2005 – 2006). Ela também já atuou na capacitação de gestores municipais de Saúde, componente dos conselhos municipais de Saúde e lideranças representativas quilombolas.

Para Socorro França, o prêmio tem um grande significado. “Receber essa homenagem é importante, pois é um reconhecimento. Reconhecimento da minha profissão, do que tenho feito e da minha militância. Fico ainda mais feliz, pois a comenda recebe o nome de Selma Bandeira com quem tive a honra de trabalhar e conviver”, disse.

Peró de Andrade

Peronilda Batista de Andrade – a Peró de Andrade – é produtora e diretora teatral e foi escolhida na categoria ‘Artes Cênicas’.  Ela começou no teatro ainda muito jovem, quando conheceu o ator e artista circense Marcos Frota, antes mesmo de ele se tornar ator da rede Globo. Ela conta que nesta época ele disse que quando tivesse um circo, iria buscá-la para fazer parte de sua trupe. Assim ele o fez e Peró viajou o Brasil inteiro com ‘O Grande Circo Popular do Brasil’ (Marcos Frota Circo Show).

Ela é a idealizadora da ONG ‘Sua majestade, o circo’ e desde 2000 leva às crianças carentes da Vila Emater  II, antigo lixão de Maceió, a possibilidade de enxergar outros caminhos. Ela destaca que lá são desenvolvidos trabalhos de arte-educação, construindo cidadania e resgatando a cultura do circo na cidade.  “Desde cedo trabalho com artes cênicas e lá se vão 40 anos nesta área, mas projeto na Vila Emater é o que mais me enche de orgulho. É muito bom mostrarmos para aqueles jovens que outro tipo de vida é possível e que estudar é importante.”

Solange Jurema

Na categoria ‘Política’ o reconhecimento foi para a advogada Solange Bentes Jurema. Ela tem uma história marcada pela luta de inserção das mulheres nos espaços de decisão e na política e conta que receber o troféu é uma honra. “Selma Bandeira é uma inspiração, pois foi uma mulher que lutou por muitas bandeiras e causas. Ela lutou pela democracia, pelas causas das mulheres e dos direitos humanos. Me identifico muito e fico muito honrada e feliz de ter sido lembrada”, afirmou.

“Sou advogada e me dedico, principalmente, a promover as mulheres na política. Já fiz capacitação para mulheres em vários espaços. Acho fundamental a gente ter mais mulheres participando da política e que possam levar as reivindicações, os anseios, o olhar feminino para dentro da política. É preciso que elas entrem na política mais capacitadas para que possam exercer melhor o mandato e contribuir mais com seu município, estado e país”, reforçou.

Tânia de Maya Pedrosa

A pintora Tânia de Maya Pedrosa foi agraciada na categoria ‘Artes Plásticas’. A obra da artista é dedicada, principalmente, ao imaginário do Nordeste brasileiro, inspirada pelas histórias contadas por mestres da oralidade como seu Fernando Rodrigues (1928-2009), o artista mais famoso da Ilha do Ferro, povoado de Pão de Açúcar, no Sertão de Alagoas, e pelas suas andanças através do que Ariano Suassuna chamou de “Brasil profundo”. “Eu pinto a nossa cultura popular, que é muito rica. Retrato muito as expressões religiosas do interior e do sertão”, conta.

“Fico honrada em ser reconhecida por minha terra. Isso é muito importante e faz eu me sentir mais emocionada do que quando recebo em outros lugares. Trabalho com pintura, fazendo exposições no Brasil e fora do Brasil e apesar de minha idade, tenho dado conta, porque faço com um ideal e com perseverança.”

Virgínia Ferreira da Silva

Homenageada na categoria ‘Educacional’, Virgínia Ferreira da Silva é professora com especialização em coordenação pedagógica e possui também formação em Ciências Sociais. Seu maior mérito é acreditar na Educação Pública como espaço de ação de transformação e inclusão sociais de crianças, jovens, adultos e pessoas idosas. Isso pode ser visto na sua trajetória de vida. “São 31 anos dedicados à Educação Pública de nosso estado, passando pela Educação Infantil e Educação Básica, do espaço de sala de aula, como professora de história e coordenadora pedagógica à gestão escolar”, destacou.

Na sede da Secretaria Municipal de Educação (Semed) trabalhou como técnica pedagógica da equipe de Educação Infantil, posteriormente do Departamento do Ensino Fundamental e do Setor de Acompanhamento Escolar. Atualmente, coordena a equipe de Programas e Projetos Educacionais da Semed, e está à frente de programas e projetos voltados ao exercício da cidadania, formação de uma cultura de paz, festas literárias e atividades que envolvem parcerias interinstitucionais de nosso estado e município. “Como pessoa, busco a alegria do encontro, com respeito e amor às diversidades, valorizando e integrando saberes, promovendo uma educação humana e humanizadora, que agrega valores para o crescimento de nossa juventude”, disse a educadora.

O troféu

O troféu Selma Bandeira é conferido às mulheres pela importância de sua participação na construção de uma  sociedade mais justa e igualitária. Criado por meio do Decreto nº 6393/2004, o Troféu Selma Bandeira homenageia as mulheres que estão em plena atividade e que desenvolvem ações relevantes nos segmentos de Pesquisa, Politica, Filantropia, Educação, Serviço Público Municipal, Empreendedorismo Empresarial, Defesa dos Direitos da Cidadania, Preservação da Cultura Popular, Artes Plásticas, Artes Cênicas, Música, Literatura e Gestão Pública.

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