'Posso ser um presidente sem partido', diz Bolsonaro em meio ao racha do PSL

Publicado em 26/10/2019, às 08h19
Valter Campanato/Agência Brasil -

Raquel Landim/Folhapress

Ao deixar a China, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que pode se tornar "um presidente sem partido" se a crise no PSL não se resolver.

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"Eu posso ser um presidente sem partido. Tanto faz eu estar com partido ou sem partido", afirmou neste sábado (27) pela manhã –sexta (26) à noite no Brasil.

A legislação determina que políticos (deputados, senadores, prefeitos, governadores) podem ficar sem partido depois de eleitos. No caso dos deputados, se houver troca da legenda, eles podem perder o mandato.

A declaração, que ainda é uma hipótese, vai ao encontro das expectativas do eleitorado mais fiel a Bolsonaro, que é crítico da atuação dos partidos em geral.

O presidente admitiu que deseja ter uma expressiva quantidade de candidatos a prefeito nas eleições de 2020, incluindo as principais capitais. Mas disse que para isso precisa ter o controle do PSL.

"Pretendo ter 30 a 40 candidatos [a prefeito] pelo Brasil, mas tenho que ter decisão sobre o partido. Não posso entrar e, quando chegar na convenção, eles me deixarem para trás porque têm maioria", afirmou.

"Eles [deputados] sabem que quem quer ser candidato a prefeito no ano que vem é melhor tirar uma foto comigo e não com outra pessoa", completou, referindo-se a Luciano Bivar, presidente do PSL.

Bolsonaro também criticou a imprensa por causa de matéria publicada pela revista IstoÉ, que diz que seu filho Eduardo teria pago as passagens de lua-de-mel com dinheiro do fundo partidário.

"É uma irresponsabilidade da imprensa brasileira. Como vai pagar com fundo partidário se quem administra [o fundo] é o Bivar?", afirmou.

Depois de uma visita oficial de dois dias, Bolsonaro deixou Pequim a caminho de Abu Dhabi nos Emirados Árabes Unidos -terceira parada do seu tour.

Antes de viajar, o presidente publicou no Twitter uma matéria do jornal China Daily que diz que o dirigente Xi Jiping teria sinalizado ao Brasil que a tentativa de agregar valor às exportações é bem-vinda.

Na China, a imprensa é censurada pelo governo e publica apenas matérias positivas sobre as iniciativas do Partido Comunista.

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