Polícia investiga suposto abuso sexual contra criança de 2 anos; padrasto vai à delegacia se defender

Publicado em 13/01/2023, às 10h06
Divulgação/PC -

João Victor Souza

A Polícia Militar e o Conselho Tutelar receberam uma denúncia, na noite dessa quinta-feira, 12, de que uma criança de apenas dois anos de idade teria sido vítima de violência sexual no bairro de Cidade Universitária, na parte alta de Maceió. O principal suspeito é o padrasto do menino e ele não havia sido localizado pelos policiais na ocasião. Porém, a mãe da suposta vítima contou ao TNH1 que o próprio homem procurou a delegacia nesta sexta-feira, 13, para alegar que estava no trabalho e que quer provar inocência.

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A mulher, que preferiu não se identificar, disse, em entrevista à reportagem, que o menino apresentou lesões próximas ao ânus e no rosto. "Ele fez os exames e vamos aguardar o resultado. Mas hoje resolvemos vir aqui na delegacia, porque meu esposo quer provar inocência. Ele quer prestar depoimento e fazer todos os exames necessários para provar que não abusou do meu filho. Ele é músico, ontem teve que ir trabalhar, por isso não estava quando a polícia chegou", destacou ao afirmar que registrou o Boletim de Ocorrência.

Ainda de acordo com a mãe, a criança deu a entender que um homem a teria agredido. "No caminho para o hospital nós ficamos perguntando a ele o que tinha acontecido, e ele só ficava falando 'papai, papai', mas é comum ele ficar falando isso. Ele fala com o tio também. Aí insistimos, e ele disse 'homem', e colocou a mão na boca nesse momento. Entendi que algum homem colocou a mão na boca dele", relatou a mulher.

A mãe afirmou que o filho havia ficado sob os cuidados do esposo enquanto ela trabalhava durante a tarde. Ela contou ainda que deixou a porta de casa aberta e não sabe se a residência teria sido invadida, por exemplo. O suposto abuso só foi identificado pela mãe da mulher, avó da criança, depois de dar banho no menor.

"Eu saí para trabalhar ontem à tarde, deixei a janelinha do quarto aberta para ventilação, para não ficar tudo no escuro também. Aí deixei meu esposo e meus dois filhos dormindo. Eu sempre levo meus meninos para a casa da minha mãe, mas nesse dia, como estavam dormindo, deixei com meu esposo que só iria trabalhar de noite", explicou ao destacar também que o apartamento fica no térreo de um dos prédios do Residencial Maceió I.

"Então, por volta das 15h45, fui trabalhar. Minha porta tem grade e não a fechei ontem. Quando minha mãe disse que chegou, já encontrou os meninos acordados, assistindo desenho. Meu esposo disse que já tinha acordado também para fazer as coisas de casa, e como os meus filhos estavam de frente para a mesa, e de costas para a janela da sala, ele fez: 'Olha, a vovó chegou'. Então minha mãe me disse que meu filho virou todo feliz para ela", continuou.

"Minha mãe pegou meu filho e levou para a casa dela. No momento em que foi dar banho nele, meu menino reclamou de dor, e aí ela viu uma vermelhidão no bumbum dele. Ela também percebeu que o rosto dele estava machucado, como se alguém tivesse dado um tapa nele. Falei com meu esposo, e ele disse que não sabe o que aconteceu, que não viu nada. Ele disse que acordou e foi fazer a limpeza da casa, e que quando minha mãe chegou, ele estava na cozinha".

Segundo a Polícia Militar, por meio do Batalhão de Polícia de Guarda, que atendeu o caso, após passar pela UPA, a criança foi direcionada ao Hospital da Mulher. Ela foi atendida na área Lilás e encaminhada para tratamento de saúde de uma equipe multidisciplinar. 

Em contato com o TNH1, a conselheira tutelar Rafaela, que atua na região de Cidade Universitária, contou que foi acionada e compareceu na UPA para verificar a situação. O órgão destacou que as lesões no corpo do menino estavam aparentes, mas apenas o resultado do laudo vai comprar se houve ou não violência sexual.

O que diz a Polícia Civil -  Como o suspeito não foi preso em flagrante e não foi intimado a comparecer na unidade policial, a Polícia Civil informou à reportagem que mesmo ele indo por conta própria para a Delegacia de Crimes Contra a Criança e o Adolescente (DCCCA), não pôde colher o depoimento do suspeito nesta manhã no local.

O TNH1 foi informado de que o Boletim de Ocorrência registrado pela mãe da suposta vítima chegou nesta manhã na delegacia e o caso vai ser investigado pela delegada Teíla Rocha, titular da unidade. 

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