TNH1 com TV Pajuçara
A Polícia Civil de Alagoas concluiu as investigações e indiciou cinco profissionais do Hospital Geral do Estado (HGE) por um erro médico que causou a amputação da perna de uma paciente. A informação foi confirmada pelo delegado Robervaldo Davino, que está à frente das investigações, no começo da tarde desta quarta-feira (07). A vítima, uma idosa de 73 anos, teve uma das pernas amputada durante uma cirurgia realizada em abril deste ano.
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De acordo com o delegado, quatro dos cinco profissionais indiciados são da mesma equipe médica. Uma quinta pessoa, que trabalhava na mesma área dos demais, mas que não fazia parte da equipe, também foi indiciada.
"Foram indiciados uma enfermeira, uma técnica de enfermagem, duas médicas e um médico. Quatro profissionais foram indiciados pelo erro que eles cometeram e uma outra pessoa, o médico, foi indiciado por supressão de documentos. Nesses documentos, faltavam algumas páginas do prontuário apresentado para a psicóloga da unidade hospitalar. Existem depoimentos contundentes no inquérito que reforçam essa tese", concluiu Davino.
Ainda segundo o delegado, um dos profissionais teria admitido que não seguiu o protocolo de cirurgia segura previsto pelo Ministério da Saúde.
"Durante depoimento, esses profissionais confirmaram que não fizeram o que está previsto no protocolo do Ministério da Saúde sobre orientações de cirurgias seguras. Inclusive, uma profissional diz que não fez e nem seguiu o que era o correto a ser feito. Um médico também disse, durante depoimento, que ninguém segue esse protocolo do Ministério da Saúde, porém essa amputação da perna da idosa aconteceu justamente porque eles não seguiram o protocolo", completou Davino.
A reportagem do TNH1 entrou em contato com a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), que disse que até o momento não foi citada oficialmente e só irá se pronunciar após ter acesso ao processo.
O caso - Um caso de erro médico teria causado amputação da perna de uma idosa durante um procedimento cirúrgico, realizado no HGE, em abril deste ano. À época, a Direção do HGE abriu uma sindicância para apurar um caso e afastou a equipe médica.
Familiares relataram que a paciente deu entrada na unidade hospitalar com uma fratura no joelho e que estava aguardando por uma cirurgia de correção desde o último dia 19 de abril. As investigações mostraram que havia uma outra paciente que se chama Maria José e que estava internada na mesma unidade de saúde.
Segundo as investigações, os nomes homônimos teriam induzido à equipe médica ao erro durante o procedimento cirúrgico. A vítima, de 73 anos, necessitava de uma cirurgia para corrigir fratura no tornozelo, e não precisava e nem tinha sido autorizada a amputação, diferente da outra paciente, também chamada Maria José.
Ministério Público acompanha as investigações - Três dias após a cirurgia, o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL) determinou instauração de Notícia de Fato para apurar o procedimento errado e irreversível que vitimou a idosa de 73 anos.
De acordo com o MPE, o caso foi encaminhado à Coordenação das Promotorias Criminais e ao Conselho Regional de Medicina de Alagoas (Cremal), que devem trabalhar para esclarecer o ocorrido. O Ministério Público, representado pela promotora de Justiça Louise Teixeira, ficou de vai enviar um ofício ao HGE e ao Estado, solicitando informações sobre as providências que já foram e serão adotadas para o caso.
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