Eberth Lins e Ana Carla Vieira
A Polícia Civil concedeu entrevista coletiva no final da manhã desta terça-feira (16), para falar sobre as investigações do caso da morte da motorista de app, Amanda Pereira. O corpo de Amanda foi localizado horas depois do carro ter sido encontrado abandonado no bairro Cidade Universitária.
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De acordo com o delegado do caso, Rodrigo Sarmento, a principal linha de investigação é que mataram Amanda para roubar. O delegado disse, entretanto, que foram levados bens irrelevantes, como o estepe do veículo, o som automotivo e talvez uma quantia em dinheiro que estivesse em posse da motorista.
"Não se sabe quantos indivíduos participaram do crime, mas pela experiência que nós temos, não foi só uma pessoa. Temos muito trabalho ainda por fazer e a gente espera dar a resposta que a sociedade precisa", disse o delegado Rodrigo Sarmento.
Ele também chamou a atenção para possíveis suspeitos que estão sendo apontados nas redes sociais e em grupos de whatsapp e pediu cautela. "Ainda não há nada oficial e por enquanto são tratados somente como informes", afirmou o delegado.
O delegado geral da Polícia Civil de Alagoas, Gustavo Xavier, confirmou que Amanda foi morta por esganadura e classificou o crime com bárbaro. “Ela foi assassinada por esganadura. Não havia marcas de projéteis de arma de fogo. Parecem ser criminosos de oportunidade, que percebendo que seria uma mulher trabalhando sozinha, cometeram esse crime de forma bárbara", relatou o delegado geral.
"Entendemos que trata-se de um crime de latrocínio, e não de feminicídio. Teremos mais detalhes quanto a natureza do crime somente quando a perícia entregar o laudo", disse Xavier, acrescentando que a Segurança Pública deve dar uma resposta sobre o que de fato aconteceu muito em breve.
"Nós temos dados que não podem ainda ser repassados, para não atrapalhar as investigações. Mas a gente pede que se a população tiver qualquer tipo de conhecimento, repasse ao 181, com denúncia anônima. É um absurdo uma pessoa ter sido assassinada por causa de um estepe e um som", frisou Gustavo Xavier.
De acordo com a Polícia Civil, há equipes ostensivas para identificar e prender envolvidos nesses crimes.
Caso Alayne - Na mesma coletiva de imprensa, os delegados Sidney Tenório e Felipe Caldas falaram sobre o caso da outra motorista de aplicativo, Alayne da Silva, que se fingiu de morta e sobreviveu após ter sido baleada no mês de junho deste ano. De acordo com o delegado Sidney Tenório, o inquérito foi apresentado hoje à Justiça e duas pessoas foram presas. Duas continuam foragidas, incluindo o suspeito de ter atirado na motorista.
"Estão presos um rapaz de 23 anos e uma jovem de 20 anos. A Alayne reconhece a jovem como uma das mulheres que entrou no carro e consideramos o caso como esclarecido", disse o delegado.
Sobre a semelhança entre os casos de violência contra Alayne e contra Amanda, o delegado disse ser muito cedo para dizer que eles tenham alguma relação. "O que acontece hoje é uma fragilidade para os motoristas de aplicativo, assim como já foi antes com assaltos a ônibus, por exemplo", afirmou Sidney.
Amanda (à esquerda) e Alayne (à direita) foram vítimas de criminosos enquanto trabalhavam como motorista de app
Polícia Civil quer app para ajudar motoristas mulheres - O delegado geral Gustavo Xavier citou durante a entrevista coletiva que a Polícia Civil está em tratativas para capacitar as motoristas de app, apresentando as ferramentas que podem ser disponibilizadas para elas pela Segurança Pública, para resguardar a integridade física. "Estamos estudando a possibilidade, junto à Secretaria da Mulher, para a implantação do aplicativo Salve Maria, que permite monitoramento mais adequado das motoristas que vez ou outra precisam se deslocar para áreas mais perigosas", contou o delegado.
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