Pinheiro: Conselho Nacional de Justiça inclui caso em pauta de trabalho

Publicado em 15/05/2019, às 19h38
Divulgação -

Assessoria

Os integrantes do Observatório Nacional de Casos Complexos de Grande Impacto e Repercussão decidiram incluir o caso de risco a cerca de 20 mil imóveis no bairro Pinheiro, de Maceió, entre os temas em acompanhamento pelo grupo.

LEIA TAMBÉM

A decisão foi tomada na 6ª reunião do Observatório Nacional, que contou também com a participação e relatos de familiares de vítimas da Boate Kiss, em Santa Maria (RS). Juntamente com as tragédias ocorridas em Minas Gerais, nas cidades de Mariana, Brumadinho e Unaí, o incêndio na casa noturna está entre os casos sob foco do Observatório Nacional, uma iniciativa coordenada conjuntamente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

Durante a reunião, a procuradora da República em Alagoas, Raquel Teixeira, fez uma exposição sobre a situação de Pinheiro e alertou para a possibilidade iminente de uma tragédia no local. O bairro de Maceió, que abriga famílias de classe média, apresenta uma série de rachaduras nas construções e no asfalto, além de grandes crateras pelas ruas. De acordo com a procuradora, são 42 mil pessoas potencialmente atingidas que ocupam 20 mil imóveis. Entre as causas possíveis dos problemas, Raquel Teixeira aponta a exploração mineral de sal-gema pela empresa Braskem.

Para a conselheira do CNJ Maria Tereza Uille, o intuito do Observatório é contribuir com um plano de gestão de risco no bairro Pinheiro. “O caso de Pinheiro já está sendo avaliado por várias autoridades. Nossa intenção é trazer a questão do bairro para o Observatório e contribuir com um plano de gestão de risco”, explicou.

A conselheira ressaltou também a importância da participação dos familiares das vítimas da Boate Kiss na reunião, que apresentaram reivindicações ao Observatório. Segundo ela, a participação das famílias foi importante para que compreendam a extensão da atuação do colegiado.

A avaliação foi corroborada por Paulo Carvalho, pai de Rafael Carvalho, uma das vítimas da tragédia da Boate Kiss. Para ele, a criação do Observatório Nacional pode contribuir para que novas tragédias sejam evitadas. “A tragédia da boate era uma tragédia anunciada e ela pode se repetir em qualquer local. O Observatório, olhando isso, vai dar uma visão maior ao problema e, a gente espera, sobre as causas. Isso faz com que as pessoas sejam mais responsáveis, tanto os entes públicos como os entes privados, com relação a locais que tem frequência de pessoas”, afirmou.

A reunião abordou também a relação entre o trabalho do Observatório Nacional e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ODS/ONU). A Procuradora Geral da República (PGR) e presidente do CNMP, Raquel Dodge, destacou as ações do CNJ para adequar o Poder Judiciário aos ODS e lembrou que os temas da ONU se relacionam com os do Observatório. “Nosso trabalho também é uma forma de prestar contas à sociedade por meio de respostas do sistema de Justiça a casos de grande repercussão social, ambiental e econômica”, afirmou.

A próxima reunião do Observatório está marcada para o próximo dia 21 de maio.

Gostou? Compartilhe

LEIA MAIS

Complexo administrativo de Maceió é leiloado; investimento previsto é de R$200 milhões Confira a programação do Verão Massayó neste sábado (18) Veja horários da visitação gratuita aos navios da Marinha do Brasil no Porto de Maceió Polícia Científica faz exames para descobrir causas do incêndio em hotel na Pajuçara