PF suspeita do envolvimento de Lula em "práticas criminosas"

Publicado em 22/02/2016, às 16h25

Redação

A PF (Policia Federal) aponta em um relatório divulgado nesta segunda-feira (22) para o "possível envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em práticas criminosas".

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Em um documento de 44 páginas anexado ao inquérito da 23ª fase da Operação Lava Jato deflagrada nesta sexta, o delegado Fillipe Hille Pace analisa a anotação "Prédio (IL)"encontrada no celular do empreiteiro Marcelo Odebrecht ao lado de um valor superior a R$ 12 milhões.

"Em relação a anotação Prédio (IL) e ao valor a ela referido de R$ 12.422.000. (...) A equipe de análise consignou ser possível que tal rubrica faça referência ao Instituto Lula”.

A suspeita da PF é a de que a empreiteira Odebrecht bancou reformas no próprio instituto e "outras propriedades pertencentes a Luiz Inácio Lula da Silva". As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

"A conclusão de maior plausibilidade seria a de que o Grupo Odebrecht arcou com os custos de construção da sede da referida entidade e/ou de outras propriedades pertencentes a Luiz Inácio Lula da Silva".

Outro argumento que sustenta a supeita do envolvimento do ex-presidente é de que a anotação no celular do empreiteiro vinha acompanhada da palavra "Vaca", suposto apelido usado para designar o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Um fato que também chamou a atenção dos investigadores é a presença de "valores quebrados".

"As investigações policiais conduzidas na Operação Lava Jato demonstraram que a negociação de vantagens indevidas (...) permaneciam, geralmente, em números inteiros".

O relatório também diz que "valores quebrados foram encontrados em duas situações: Quando a vantagem indevida era calculada com base em percentuais, no caso de contratos da Petrobras, e quando a vantagem se travestia na disponiblização de bens, serviços e outras benesses passíveis de serem valoradas precisamente".

No relatório, a PF diz que "a investigação policial não se presta a buscar condenação e prisão de A ou B" e que as suspeitas contra o ex-presidente devem ser tratadas "com parcimônia".

“O possível envolvimento do ex-presidente da República em práticas criminosas deve ser tratado com parcimônia, o que não significa que as autoridades policiais devam deixar de exercer seu mister constitucional.”

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