Pesquisadores vêm a Maceió para monitoramento de bairros atingidos por instabilidade

Publicado em 05/11/2020, às 16h39
Ascom Defesa Civil -

Secom Maceió

Um grupo de pesquisadores das Universidades Federais de Pernambuco (UFPE) e do Rio Grande do Norte (UFRN) está em Maceió para dar andamento ao projeto de consultoria e acompanhamento do monitoramento da área afetada pela instabilidade de solo que atinge os bairros do Pinheiro, Mutange, Bebedouro e Bom Parto. Os profissionais foram contratados como consultores da Defesa Civil de Maceió e pela primeira vez estão na capital alagoana para conhecer in loco o mais complexo desastre em andamento no País e apoiar nas ações de monitoramento da área.

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Na equipe de consultores, estão especialistas em Geologia, Engenharia Geotécnica, Mecânica das rochas e Engenharia de minas, e de Cartografia, além de alunos de mestrado e doutorado de Engenharia Geotécnica. Entre os pesquisadores estão o professor da UFPE, Roberto Coutinho, que tem pós-doutorado pela Universidade da Califórnia em Berkeley – Grupo de Engenharia Geotécnica, e o professor Aderson Nascimento, PhD em geofísica pela Universidade de Edimburgo e coordenador do Laboratório Sismológico da UFRN.

Segundo o coordenador-geral da Defesa Civil de Maceió, Dinário Lemos, a consultoria dos pesquisadores das Universidades Federais de Pernambuco e Rio Grande do Norte vem trazendo resultados importantes no monitoramento das área afetada pela instabilidade de solo, a exemplo da participação efetiva dos profissionais na elaboração da rede sismográfica que está sendo instalada na região afetada através de Termo de Cooperação Técnica com a Braskem.

“Estamos trabalhando com diversos pesquisadores importantes das duas Universidades. A gente já vinha trabalhando de foram remota com os profissionais e agora eles estão em Maceió para conhecer a sede da Defesa Civil, equipamentos instalados e a área afetada pela instabilidade de solo. Teremos reuniões, visitas em campo e compartilhamento de informações importantes para qualificar o trabalho que realizamos junto com a Defesa Civil Nacional e com o apoio técnico do Serviço Geológico do Brasil. Esta consultoria se junta ao colegiado que acompanha o problema na tomada de decisões importantes deste fenômeno geológico que é considerado o mais complexo no Brasil e o sexto mais complexo mundialmente”, explicou Dinário Lemos.

Roberto Coutinho, um dos coordenadores do projeto de consultoria, destacou que as equipes já vêm dando apoio nas ações da Defesa Civil e que o momento agora é avançar nos trabalhos para, de forma integrada, contribuir para a sociedade. “A gente vinha em um trabalho já significativo, de organização, dando apoio, mas agora com uma equipe multidisciplinar vamos iniciar um trabalho junto com a Defesa Civil e todas as outras instituições de forma que a gente possa contribuir para a sociedade. O importante é um bom entendimento, bom conhecimento dos processos que estão ocorrendo e a informação precisa, mas com muito cuidado para que não haja um mal entendimento de tudo o que está ocorrendo. O problema é sério, é importante, é complexo, e por isso mesmo exige muito cuidado. Tem várias instituições juntas nesse trabalho integrado para trazer essa contribuição à sociedade”, pontuou o pesquisador, alertando para o cuidado com interpretações equivocadas do problema que afeta os bairros.

Na área de sismicidade, a equipe conta com o trabalho de pesquisadores da UFRN, que é referência nacional no tema. Os profissionais da UFRN e a UFPE participaram da construção da rede sismográfica que está sendo instalada na área para acompanhamento do problema e que vão possibilitar medir as movimentações da minas de exploração de sal-gema. “É importante ressaltar que na parte de sismicidade, foi decidido pela Defesa Civil junto conosco de integrar o trabalho do professor Aderson, um trabalho muito importante que é feito, dentro do projeto como um todo. Isso tem um papel importante que a gente vai ter todos os dados em conjunto e fazer uma avaliação uma análise integrada”, completou Coutinho.

Nessa quarta-feira (4), os pesquisadores junto com profissionais da Defesa Civil de Maceió realizaram visita técnica nos bairros afetados pela instabilidade de solo. As atividades seguem nesta quinta (5) e sexta-feira (6), com reuniões técnicas, visita de campo, compartilhamento de dados e alinhamento de trabalho entre as instituições.

Termo de Cooperação

A consultorias dos pesquisadores das Universidades do Rio Grande do Norte e Pernambuco fazem parte de uma das ações prevista no Termo de Cooperação Técnica 2 firmado entre a Prefeitura de Maceió e a empresa Braskem em dezembro de 2019 visando o acompanhamento adequado do problema de instabilidade de solo que afeta os bairros do Pinheiro, Mutange, Bebedouro e Bom Parto.

O Plano de Trabalho deste Termo de Cooperação prevê instalação de rede sismográfica, consultoria das Universidades para monitoramento e subsídios às ações da Defesa Civil, estruturação da sede da Defesa Civil, estrutura de comunicação com poços de monitoramento, doação de DGPS e acesso do sistema da Defesa Civil aos dados dos DGPS da Braskem. Parte dos itens do plano de trabalho já foram realizados.

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