Pesquisadores da Ufal acionam PMs após serem impedidos de coletar dados na Lagoa Mundaú

Publicado em 15/03/2022, às 12h36
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Thayla Paiva* com informações da Ufal

Os pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), foram até a região de Flexal de Baixo, em Maceió, no último domingo, 13, depois de diversas denúncias de moradores sobre uma grande quantidade de peixes mortos às margens da Lagoa Mundaú. O representante da pesquisa, no entanto, professor Emerson Soares, disse que foi surpreendido com a proibição de coletar dados no local, por seguranças da Braskem.

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De acordo com informações da Universidade, os pesquisadores resolveram investigar a água, depois de notar que pescadores e marisqueiras reclamaram da presença de uma substância que supostamente teria sido jogada na lagoa. Os moradores usaram as redes sociais para alertar para a mortandade dos peixes e mariscos na região.

Soares, que é coordenador do Laboratório de Aquicultura (Laqua) e pesquisador da qualidade da água e da Ecotoxicologia Aquática, contou que foi até a orla lagunar quando foi impedido de continuar os trabalhos por funcionários da mineradora.

“Eles impediram o acesso à laguna, mesmo quando me identifiquei como pesquisador. Não pude rastrear em pontos mais próximos à localização da base da empresa. Precisei solicitar a presença da Polícia Militar para me deslocar pela área. Fico profundamente contrariado com essa situação, porque a laguna Mundaú não é uma propriedade privada”, reclamou o professor. 

Segundo ele, com a ajuda dos militares, foi possível reunir as amostras. Logo depois, o professor as levou para o laboratório e já iniciou algumas análises na manhã da segunda-feira (14), dos parâmetros físico-químicos e de alguns metais. “Ainda vamos aprofundar as investigações nos três laboratórios, e vamos analisar também os peixes. A princípio, não parece ser um problema de matéria orgânica acumulada na laguna. a hipótese é que seja realmente algum produto lançado nas águas. Mas só poderemos confirmar com mais alguns testes e em breve estaremos divulgando os laudos”, avisou o pesquisador.

Ao TNH1, a Braskem informou que a área está interditada por questão de segurança e só é permitido a entrada de profissionais autorizados. A empresa destacou que o professor teria sido orientado pelos vigilantes a solicitar formalmente o acesso ao local.

Veja a nota na íntegra - “A Braskem informa que a área da Avenida Major Cícero de Góes Monteiro, no bairro do Mutange, foi interditada pela Defesa Civil de Maceió por uma questão de segurança. O acesso só é permitido a profissionais autorizados. Ao abordar as equipes de vigilância, no último domingo, o professor foi orientado pelos vigilantes a fazer uma solicitação formal, para que o acesso fosse devidamente liberado.

A Braskem esclarece ainda que não exerce atividades na área da lagoa onde o problema foi registrado, bem como que também não há registro de incidentes em suas operações. A empresa ressalta que situações relacionadas a potenciais impactos ambientais devem ser sempre direcionadas aos órgãos competentes, além de outras comunicações".

*Estagiária sob supervisão da editoria

Seguranças da Braskem proíbem pesquisador da Ufal de coletar dados em Lagoa Mundaú (Foto: Assessoria)
Seguranças da Braskem proíbem pesquisador da Ufal de coletar dados em Lagoa Mundaú (Foto: Assessoria)
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