Pesquisa revela perfil de consumo da Terceira Idade

Publicado em 31/07/2024, às 11h02
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Assessoria

O Censo 2022 mostrou que o número de brasileiros com mais de 65 anos cresceu 57,4% em comparação com 2010. Em relação às pessoas com mais de 80 anos, já são mais de 4,6 milhões. O aumento dessa população tem provocado transformações significativas nos hábitos de consumo. 

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De acordo com o estudo feito pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), 81% dos consumidores com mais de 60 anos de idade já fazem compras on-line e as principais motivações para o consumo em lojas virtuais vão desde a conveniência de comprar a qualquer hora (67%) até a facilidade para encontrar produtos (56%). Ainda quando se trata de consumo virtual, o estudo indicou que a compra on-line diminui com o passar da idade; 65% dos consumidores na faixa dos 80 anos ou mais já compraram em lojas on-line, enquanto entre os 60 a 69 anos esse percentual foi de 88%, e para a faixa dos 70 a 79 anos, de 76%. Na amostra analisada pela SBVC, 52% dos participantes recebiam aposentadorias, 14% tinham empregos informais e outros 14% tinham carteiras assinadas.

Virgínia Patrocínio, docente da Estácio e doutoranda em Comunicação e Consumo, observa que o público 60+ tem se tornado cada vez mais ativo no consumo. “Hoje, a ‘melhor idade’ abrange um público que busca qualidade de vida, pratica atividade física, segue uma alimentação saudável, se preocupa com a aparência, planeja viagens e inclui opções de lazer em sua rotina. O avanço da medicina e o acesso mais fácil a tratamentos têm aumentado a expectativa de vida, elevando a autoestima e a participação social desse grupo. A população acima de 60 anos, que já supera a de crianças até cinco anos, possui maior poder aquisitivo e influência na renda familiar.”


Virgínia Patrocínio, docente da Estácio. Foto: Arquivo Pessoal

Em relação aos principais serviços e produtos comprados on-line, a SBVC indicou um aumento em serviços de transporte (81%), roupas, calçados e acessórios (68%), medicamentos (63%), produtos estéticos/bem-estar (55%) e lazer (50%). Nas compras virtuais, para 71% do grupo 60+, o preço é o principal influenciador. Na sequência, aparecem a clareza dos sites (53%) e a segurança (50%) do e-commerce.

Para a especialista, compreender as motivações de compra do público 60+ é crucial para se comunicar eficazmente e adaptar produtos às suas necessidades. “Marcas que evitam estereótipos de idosos incapazes ganham a atenção desse público, cujos hábitos de consumo são diversificados e voltados para o bem-estar pessoal. Os ‘baby boomers’ vivenciaram eventos históricos importantes, moldando uma relação mais racional com o dinheiro, mas também valorizam viver intensamente o presente", analisa.

Valorizando as relações

Apesar da crescente familiaridade com o mundo digital, a docente da Estácio ressalta que os idosos ainda valorizam o contato interpessoal e a possibilidade de experimentar produtos. “As lojas físicas permanecem relevantes porque a compra é vista como um ato de lazer e entretenimento. Oferecer uma experiência de compra online fácil e um atendimento humanizado nas lojas físicas pode fidelizar esse público. Esse grupo tem como característica mais marcante a preocupação em estabelecer vínculos mais duradouros e as relações interpessoais mais profundas, ou seja, eles são mais fiéis às marcas que oferecem um atendimento de qualidade e que estabelecem laços emocionais duradouros. Além disso, a praticidade no dia a dia é essencial para eles, e essa fidelidade se fortalece com marcas que facilitam suas rotinas.”, explica Virgínia.

Com o aumento da população acima de 60 anos, as empresas precisam se adaptar para atrair esse público. “Os idosos têm uma vida ativa e maior poder aquisitivo, o que os torna um público potencial para as empresas. Estabelecer uma comunicação que fuja do estereótipo do idoso dependente, reconhecendo seu potencial de consumo, pode transformar esse grupo em defensores da marca. Praticidade, facilidade de uso e uma relação próxima são essenciais para atrair e fidelizar os consumidores 60+,” conclui a especialista.

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