Parar o ciberataque custou somente R$ 33

Publicado em 15/05/2017, às 09h37

Redação

Na última sexta-feira (12), o malware conhecido como WannaCry provocou pânico ao “raptar” milhares de computadores graças a uma falha grave em versões antigas do Windows. Apesar de a ameaça sem dúvida ser bastante perigosa, bastou o investimento de pouco mais de R$ 33 por parte de um pesquisador de 22 anos para que ela fosse parada, ao menos temporariamente.

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“Estava almoçando com um amigo e voltei para casa pelas 15h e vi um grande fluxo de notícias”, afirmou ao The Guardian o pesquisador que prefere continuar anônimo. “Dei uma olhada no assunto e descobri uma amostra do malware relacionado ao ataque”, explicou.

Ele afirma que, a partir do pedaço de código avaliado, descobriu referências a sites com nomes aparentemente conhecidos, mas um tanto estranhos e que não haviam sido registrados. Ao investir US$ 10,69 (R$ 33,38) na compra de um desses domínios, o WannaCry imediatamente parou de se espalhar.

Aparentemente, o código do malware possui uma “chave de emergência” que é acionada quando um dos domínios aos quais ele envia dados é registrado. O pesquisador afirma que não sabia disso e que somente “deu sorte” ao ativar um dos domínios relacionados.

Infelizmente, isso não significa o fim dos ataques, visto que os responsáveis por ele podem simplesmente alterar seu código — além disso, a solução não resolve o problema de quem já teve sua máquina afetada.

Criminosos lucraram relativamente pouco

Segundo uma análise do pesquisador Brian Krebs, o ataque que está provocando caos pela internet não se mostrou muito lucrativo até o momento. Aquele que é considerado como um dos ransomwares mais poderosos da história só rendeu aproximadamente US$ 26 mil (R$ 81 mil) até o momento — valor pequeno quando levamos em consideração seu potencial de gerar danos bilionários.

Krebs afirma que isso se deve ao fato de que os hackers cobram US$ 300 para desbloquear dispositivos, o que significa que muitas pessoas teriam que pagá-los para que a soma total chegasse a um nível alto. O valor calculado por ele se deve ao fato de as transações serem feitas através de Bitcoins, o que permite ver o histórico dos endereços aos quais elas estão relacionadas.

“Como resultado, é possível dizer quanto os criminosos que lideram essa onda de crimewares já receberam e quantas vítimas pagaram o resgate”, explica o pesquisador. Krebs está ciente de que os hackers podem estar usando outro endereço, mas não há sinais de que isso esteja acontecendo no momento atual.

O valor acumulado pode aumentar rapidamente nos próximos dias, já que o WannaCry é configurado para dobrar o preço cobrado por seus resgates após alguns dias — o que serve como ferramenta de pressão aos usuários afetados. Assim, somente o tempo vai conseguir dizer se os criminosos vão ficar milionários com suas ações ou se alguém vai conseguir pará-los antes que isso aconteça. 

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