Redação
No dia 27 de julho de 1996, uma bomba de fabricação caseira explodiu durante a Olimpíada de Atlanta, nos Estados Unidos, provocando a morte de uma pessoa e deixando 111 feridas. O responsável pelo atentado, Eric Rudolph, tinha 29 anos e seu objetivo era provocar o cancelamento dos Jogos ou ao menos criar um clima de insegurança que afastasse o público das competições.
Mais do que ataques terroristas organizados, o que mais preocupa os Estados Unidos na Olimpíada do Rio são ações semelhantes às de Atlanta, praticadas por “lobos solitários”, segundo relatos de autoridades brasileiras que discutiram o assunto com representantes do governo dos EUA. Essas pessoas não têm vínculos com grupos internacionais e agem por iniciativa individual.
Por sua natureza, atos desse tipo não são detectados facilmente e sua prevenção demanda um intenso trabalho de inteligência. Com forte tradição nessa área, os Estados Unidos são um dos principais colaboradores do Brasil na montagem do esquema de segurança para a Olimpíada.
Cerca de 100 países enviarão policiais e agentes de inteligência ao Brasil durante os Jogos, disse o ministro dos Esportes, Leonardo Picciani. Os especialistas trabalharão ao lado de colegas brasileiros no Centro Integrado de Comando e Controle, uma estrutura que já funcionou durante a Copa do Mundo, em 2014.
Em razão do elevado grau de segurança, ataques terroristas são raros nos Jogos. Além da ação do “lobo solitário” de Atlanta, o único atentado que atingiu diretamente os Jogos foi registrado em Munique, em 1972, quando a organização palestina Setembro Negro sequestrou integrantes da delegação israelense. Após impasse de 16 horas, 11 integrantes da delegação foram mortos. Um policial alemão também morreu.
SEGURANÇA - Alvo de múltiplos atentados terroristas em 2015 e considerado o maior alvo do grupo jihadista Estado Islâmico, a França tem motivos para se preocupar ainda mais com os riscos de ação organizada no Brasil. Uma das razões para a preocupação é justamente o exemplo do massacre de Munique, na Alemanha, em 1972.
Entre os atletas, a postura é descontraída. Daniel Jérent, 25 anos, esgrimista e especialista em espada, diz que no espírito dos atletas o Rio não evoca mais temor do que outras cidades do mundo. “Já estive no Rio duas vezes, a última em abril. Há lugares que talvez não devamos ir, como em uma favela com mochila e câmera fotográfica, mas também fazemos o mesmo em outros países”, disse o esgrimista.
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