Redação
O julgamento de Rogério de Menezes Vasconcelos, mais um réu acusado de participar do sequestro seguido de assassinato do servente de pedreiro Carlos Roberto Rocha Santos, em agosto de 2004, em Maceió, foi aberto nesta quarta (20) com um apelo do pai da vítima aos desembargadores do Tribunal de Justiça.
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Abalado e emocionado, seu Sebastião Pereira pediu que o julgamento do recurso do ex-cabo Luiz Pedro, condenado pela autoria intelectual do crime, seja acelerado. “Peço aos desembargadores para darem celeridade ao processo que está dormindo lá no TJ. Um assassino cruel, como é de conhecimento de todo mundo, que é o Luiz Pedro, condenado a 26 anos e 5 meses, sair pela porta da frente e estar aí fazendo o que bem entende, enquanto eu estou preso, porque não posso nem sair de casa”, cobrou.
Presente na sala do 2º Tribunal do Júri, no Fórum do Barro Duro, nesta manhã, ele disse ter certeza da participação de Rogério no crime, como intermediário entre os autores materiais e Luiz Pedro. Sebastião contraria a tese da defesa e diz conhecer as provas da culpa do réu. “Foi ele quem arquitetou e organizou tudo para sequestrar e assassinar meu filho. Ele não é santo, nem anjo. É coautor e por isso tem que pagar”, declarou.
12 anos de tortura
Para o pai de Carlos Roberto, ele só conseguirá descansar após a condenação dos acusados no crime que tirou a vida do seu filho. “São 12 anos que eu luto. Hoje, já com dificuldade de andar, mas Deus me ajuda e eu continuo batendo de porta em porta das autoridades para cobrar Justiça. São 12 anos de tortura”, lamentou.
O caso
De acordo com os autos, na madrugada de 12 de agosto de 2014, Carlos Roberto estava em casa, no bairro Clima Bom, na companhia da esposa, quando quatro homens invadiram o local e o sequestraram. Posteriormente, efetuaram diversos disparos contra a vítima, que não resistiu aos ferimentos.
Segundo o MP/AL, a morte do servente de pedreiro ocorreu porque ele não teria se dobrado às arbitrariedades e caprichos do esquadrão. Os quatro homens que foram denunciados como autores materiais do crime foram Adézio Rodrigues Nogueira, Laércio Pereira de Barros, Naélson Osmar Vasconcelos de Melo e Leoni Lima. Os réus já foram julgados e condenados em dezembro de 2008.
Já o réu Rogério de Menezes, que, de acordo com o Ministério Público, integrava “de forma estável e permanente” a quadrilha, nutria sentimento de represália contra a vítima, o que teria contribuído para a execução do crime por parte dos demais membros do grupo.
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