Opositores de Cunha querem aproveitar pedido de prisão para votar cassação hoje

Publicado em 07/06/2016, às 11h55

Redação

Opositores do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) querem aproveitar a repercussão negativa da divulgação do pedido de prisão do presidente afastado da Câmara para votar ainda nesta terça-feira no Conselho de Ética, o parecer pedindo a cassação do peemedebista. Segundo o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), o pedido de prisão feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pode ajudar a mudar votos de integrantes do conselho que estavam indecisos. "Vai ser de 20 a 0", brincou o parlamentar, que é membro titular do colegiado. 

Opositores do presidente afastado querem fazer a votação mesmo sem a certeza de como se posicionará a deputada Tia Eron (PRB-BA), cujo voto é considerado decisivo para que a cassação de Cunha seja aprovada no Conselho de Ética. Para que o peemedebista seja cassado, o pedido ainda precisa passar pelo plenário da Câmara.

Caso o parecer pela cassação seja rejeitado no Conselho, a estratégia de aliados de Cunha é apresentar e tentar aprovar um novo parecer propondo uma pena mais branda, provavelmente a suspensão do mandato. Foi justamente esse parecer em separado que foi usado nos últimos dias como aceno para tentar mudar o voto de Tia Eron.

Opositores do presidente afastado da Câmara dizem que, caso o parecer pela cassação seja rejeitado, a estratégia será derrubar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa o parecer à consulta sobre o trâmite de votação de processos disciplinares no plenário. De autoria do deputado Arthur Lira (PP-AL), o parecer beneficia Cunha. 

Aliados de Cunha também têm demonstrado confiança para votar o parecer pela cassação nesta terça-feira. Até o momento apenas seis dos 17 deputados inscritos para discutir o parecer já se pronunciaram. Cada um tem 10 minutos de fala. A reunião terá de ser interrompida assim que começarem as votações no plenário.

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