Redação
Liberdade com responsabilidade é, talvez, um dos maiores anseios da humanidade.
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Entretanto, nos dias atuais é algo difícil de se efetivar, resultando num efeito danoso para a plenitude democrática.
Quem avalia a questão é Eurico Borba, professor aposentado e ex-presidente do IBGE:
“As Instituições Democráticas que propiciam a efetivação da liberdade, a igualdade das pessoas perante as Leis, a imprensa livre, a representação do povo eleita periodicamente, são percebidas na superficialidade de suas manifestações concretas.
A liberdade é entendida, pela maioria, como a possibilidade da não aceitação e do não cumprimento de obrigações sociais, desdenhando quaisquer responsabilidades com a construção do Bem Comum, considerando tais convocações manifestações ditatoriais do Estado.
A esculhambação geral, na vida das sociedades, parece ser o ideal democrático realizado na sua plenitude, permitindo a ascensão do totalitarismo, como a única solução para o restabelecimento da necessária ordem social.
O cenário descrito é internacional. Com a atual crescente onda autoritária, que está acontecendo nas eleições de muitos países, estamos correndo o risco de ampliação das atuais guerras e conflitos. As novas lideranças eleitas são incapazes de dialogar, com competência e boa vontade, pois geralmente são constituídas por pessoas toscas, que demagogicamente agradam a maioria do eleitorado, com pouca ou nenhuma formação.
A Democracia não resolveu o problema da miséria, da proteção ambiental e da justa distribuição da riqueza gerada. As pessoas que vivem na miséria, (e são muitas), passando fome, sem emprego, sem moradia decente, sem transporte, saúde e educação, são cidadãos e cidadãs que não podem ser consideradas livres. Não se interessam em discutir as exigências do ideal democrático: elas querem apenas comer. Acreditam nas demagógicas promessas de melhoria da qualidade de suas vidas, elegendo pessoas inadequadas, aprofundando a crise global que estamos vivendo.
O poder político foi conquistado, há muitas décadas, por um grupo ganancioso, competente nas suas atividades e articulações com o poder econômico, com a finalidade de manter o poder de orientar o viver das sociedades. A utilização cada vez mais intensa das técnicas do marketing político e econômico, associados com a informática e os enormes arquivos de informações individualizadas, liquidam com a privacidade das pessoas e dificultam muito a já escassa capacidade de discernimento e escolhas dos mais pobres. Com essas informações despertam irreprimíveis desejos de consumo e o convencimento da necessidade de orientações políticas totalitárias. Submissos a essas orientações a maioria das populações passam a pensar e agir como deseja a classe dominante.
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