Redação
O caso da ABIN paralela escancara uma realidade preocupante no Brasil: a falta de defensores genuínos da liberdade.
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Muitos eleitores brasileiros parecem dispostos a abrir mão de suas próprias liberdades em nome de uma confiança cega em políticos.
A análise é da jornalista Madeleine Lacsko:
“Hoje, há muitas reclamações sobre a liberdade de expressão, a atuação do STF e do governo Lula, todas justas e corretas. No entanto, nem todos que se posicionam em defesa da liberdade são verdadeiros defensores dela.
O esquema da ABIN paralela é um exemplo claro. Um governo de direita, que prometeu romper com o establishment, utilizou os aparatos do Estado para realizar arapongagem e perseguição indevida contra seus críticos. Usaram o aparato estatal para rastrear pessoas, cavar informações comprometedoras e disseminar essas informações por meio de perfis falsos. As investigações da Polícia Federal têm centenas de páginas mostrando essas ações, que deveriam indignar qualquer cidadão de bem.
Curiosamente, influencers e pseudo jornalistas, que se dizem defensores da liberdade e do jornalismo independente, estavam envolvidos trocando mensagens com o governo e disseminando informações provenientes da arapongagem da ABIN paralela, enganando seus seguidores. Esses indivíduos sabiam que estavam participando de uma operação governamental indevida e, mesmo assim, passaram essas informações adiante como se fossem investigações independentes. Isso é inaceitável.
Os verdadeiros defensores da liberdade devem protestar por ela, mas jamais reconhecer aqueles que participaram desses esquemas como defensores da liberdade. Esses são violadores de liberdade que, paradoxalmente, devem ter suas liberdades respeitadas, mas não devem ser exaltados como defensores das liberdades.
A grande pergunta que fica é: o brasileiro prefere ser livre ou prefere o conforto de confiar cegamente em um político e achar que ele pode resolver seu destino, eximindo-se de qualquer culpa? Este é o questionamento crucial que todos devemos nos fazer.”
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