Operação prende PMs acusados de roubo, tráfico e invasão de residências

Publicado em 24/01/2019, às 08h16
Militares foram presos durante operação | TNH1 / Arquivo -

MPE-AL

Expurgo. Esse é o nome da operação desencadeada, na manhã desta quinta-feira (24), pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e o Núcleo de Gestão de Informação (NGI) - ambas unidades pertencentes ao Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL), em parceria com a Polícia Militar, que foi às ruas para prender integrantes de uma organização criminosa liderada por policiais militares. Três PMs e quatro outras pessoas estão presas.

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Foram cumpridos 21 mandados de prisão e de busca e apreensão, todos expedidos pela 17ª Vara Criminal da capital. Os envolvidos são acusados de participação em crimes de roubo, tráfico de drogas e armas e invasão a residências. 

Dos 10 mandados de prisão temporária - com validade de cinco dias, podendo haver prorrogação por igual período -, cinco foram contra dois oficiais da Polícia Militar e três praças. Segundo informou o MPE-AL, estão presos os tenentes Tiago da Silva Duarte - que está lotado na 5ª Companhia Independente de Marechal Deodoro, e Wellington Aureliano da Silva - que trabalha na 3ª Companhia Independente de Paripueira, e o soldado Cyro da Vera Cruz Neto, que exerce suas atividades no Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran). Outros dois PMs estão sendo procurados. 

Veja vídeo do momento da chegada dos agentes à Cia de Paripueira:

Resdiência de Wellington Aureliano da Silva, que trabalha na 3ª Companhia Independente de Paripueira, também foi revistada por agentes:

Também foram presos Neilson Santos Dantas, Romoaldo de Souza da Silva, Dênis Novaes dos Reis Silva e um homem identificado apenas como Ramon. Todos foram detidos em suas residências e não reagiram a prisão. O Gaeco busca um quinto homem que também tem envolvimento com o bando. 

De acordo com o MP, conversas reservadas do tenente Tiago da Silva Duarte serviram como provas para os pedidos de prisão.

Leia mais: Tenente desconfiava que era investigado, mas continuou a praticar crimes, diz MP

Na casa da maioria dos sete presos foi apreendido farto material que o Gaeco acredita ser fruto dos assaltos praticados. Dentre esses produtos estão jóias, relógios, aparelhos eletrônicos, telefones celulares e pen drives, além de documentos em nomes de terceiros. Também foram recolhidas armas e balanças de precisão. 

Veja o momento em que policiais chegam até a casa de Cyro da Vera Cruz, do BPTran:

As acusações

As investigações do Gaeco duraram seis meses. Tudo começou quando o Ministério Público recebeu denúncias de que um grupo de militares estaria praticando assaltos em diferentes cidades do estado. A apuração seguiu e o Ministério Público teve acesso as câmeras segurança de uma casa que sofreu tentativa de roubo, no município de Santa Luzia do Norte. Nelas, estão imagens que mostram que a invasão ao imóvel contou com a participação dos tenentes Tiago da Silva Duarte e Wellington Aureliano da Silva.

Segundo as investigações, o bando teria invadido a residência porque recebera a informação de que a vítima estaria guardando, lá, a quantia de R$ 190 mil. O roubo foi frustrado porque o dono da casa desconfiou quando os supostos criminosos pularam o muro e se identificaram como policiais. Armado, ele atirou contra os invasores, que desistiram da prática do delito.

O Gaeco também descobriu que os militares costumam agir ao lado de outras cinco pessoas, e que todos cometem assaltos e comercializam ilegalmente armas e entorpecentes. Há denúncias também da prática de homicídios e estupros. Para esses dois últimos ilícitos, o MPE/AL prossegue com as investigações.

A Polícia Militar informou que vai apurar a conduta dos militares presos na operação.

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