Oficiais da PM serão indiciados se não comprovarem origem de R$ 1,5 milhão

Publicado em 19/07/2019, às 09h44
PM-AL -

Dayane Laet e Erik Maia

Em entrevista ao TNH1 na manhã desta sexta-feira (19), o delegado da Polícia Federal de Divinópolis (MG), Daniel Souza, explicou que os militares que foram detidos com mais de R$ 1,5 milhão na BR-381 precisarão explicar a origem do montante ou serão indiciados por lavagem de dinheiro.

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O ex-comandante geral da PM de Alagoas, coronel Marcus Aurélio Pinheiro, e o subtenente reformado Esperon Pereira dos Santos foram detidos na última quarta-feira (17) na rodovia mineira, com R$ 1.530.350 no porta-malas de um carro alugado. Além da quantia, também foram encontradas cinco notas falsas entre o dinheiro, sendo quatro cédulas de R$ 100 e uma cédula de R$ 50. 

Por telefone, Daniel explicou que houve contradição documental durante o depoimento. “Não nos apresentaram um comprovante bancário de saque do dinheiro, apenas um contrato de compra e venda onde os valores não batiam com a quantia que foi encontrada dentro da mala”, relatou o delegado da PF.

Ainda segundo Souza, existem procedimentos legais que precisam ser obedecidos quando o portador transportar grandes quantias. “ Declaração de Movimentação em Espécie (DME), autorizada pela Receita Federal e comprovantes de saque do banco de origem precisam ser apresentados”, explicou.

Indícios de crime

Ao TNH1, Daniel Souza também deu detalhes que podem indicar crime de lavagem de dinheiro no montante apreendido. "Os pacotes de notas estavam enrolados em plástico filme em vez das cintas bancárias, e eram compactadas com elástico comum", revelou o delegado. "Se o dinheiro tivesse saído de uma instituição financeira, as notas falsas não estariam entre as outras, já que há mecanismos de fiscalização que detectam falsificações", acrescentou Souza. "Pelos sinais, tudo indica que a origem desse dinheiro é criminosa", concluiu Daniel.

Corregedoria

O corregedor da PM em Alagoas, coronel Jefferson Clayton, explicou que, por enquanto, acompanha o caso pela imprensa nacional. “Não há nenhum procedimento investigativo instaurado contra os envolvidos, nem nunca houve”, afirmou.

Marcus Aurélio e Esperon Pereira prestaram depoimento na sede da PF em Divinópolis e foram liberados em seguida, mas as investigações prosseguem.

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