"O mundo caiu": durante júri, pai de Giovanna Tenório relembra dia em que soube da morte da filha

Publicado em 11/10/2017, às 09h56

Redação

Diabético, mais magro, debilitado, o pai da jovem universitária Giovanna Tenório, encontrada morta em um canavial em Rio Largo, no ano de 2011, Lenivalton de Lima Andrade perdeu a saúde desde que recebeu um telefonema da filha mais nova, Larissa, que avisava sobre o crime.

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“Nós estávamos almoçando, e o mundo caiu”, lembra ainda hoje o pai da jovem, que conversou com o TNH1 na sala do Tribunal do Júri, no Fórum do Barro Duro, em Maceió, onde é julgada nesta quarta (11) a acusada de ser autora intelectual do crime, Mirella Granconato (foto). O autor material, Luiz Alberto Bernardino Silva foi julgado e condenado no dia 28 passado.

Ele conta que tem enfrentado muita dificuldade, principalmente de saúde, mas nos últimos 15 dias, a angústia aumentou. “Eu sofri demais em função da ansiedade. Não consigo dormir. Ao longo desses anos, a vida foi hospital, só hospital, mas a dor não é nada comparada com a dor do coração”, lamentou.

A expectativa dele e da família é que Mirella seja condenada à pena máxima por homicídio duplamente qualificado, que é de 30 anos, mais a condenação máxima de quatro anos pela ocultação de cadáver.

Além do pai, está presente no júri o irmão de Giovanna, Francisco Xavier (foto), a irmã, Larissa Tenório, amigos da família e estudantes de direito que acompanham o trabalho de acusação e defesa do caso.

Mensagens de ameaça são provas contra ré

Para o Ministério Público Estadual, que faz a acusação da ré durante o júri, a convicção de Mirella Granconato foi a mandante do assassinato de Giovanna vem de mensagens de texto enviadas do celular da acusada para o celular da vítima. Nas mensagens, Mirella fez ameaças de morte contra a estudante.

"Não pairam quaisquer dúvidas nesse sentido. Existem indícios mais que suficientes da participação dela em nível de coautoria. Nos autos, não há o nome de qualquer outra pessoa que tivesse interesse em ceifar a vida da vítima senão a própria Mirella", argumentou o promotor de Justiça Antonio Villas Boas.

O juiz responsável é John Silas, da 8ª Vara Criminal. Ele acredita que o resultado do júri deve sair até a noite desta quarta. Serão ouvidas 7 testemunhas, todas de acusação. A defesa é feita pelo advogado Raimundo Palmeira, que não chamou testemunhas.

O caso

De acordo com os autos, Giovanna Tenório desapareceu no dia 2 de junho de 2011, por volta das 12h30, nas proximidades da Faculdade de Fisioterapia do Cesmac, no bairro do Farol. O corpo da estudante foi encontrado dias depois, em um canavial na Fazenda Urucum, situada entre os municípios de Rio Largo e Messias.

Ainda segundo o processo, a mandante do crime seria Mirella Granconato Ricciardi, que teria descoberto o envolvimento da estudante com o marido dela, Antônio de Pádua Bandeira. Luiz Alberto Bernardino teria executado o crime e foi condenado no dia 28 de setembro.

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