Redação
O mote da vez contra a Prefeitura de Maceió é a contratação de nomes conhecidos da música brasileira por cachês milionários e – melhor para as partes envolvidas – com dispensa de licitação, algo que lamentavelmente vem se tornando rotina no Nordeste.
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É inexplicável, sob qualquer aspecto, Alagoas ter tanto forrozeiro bom e se pagar cachê de mais de R$ 1 milhão a personagens sem nenhuma identidade cultural com as tradições da nossa região.
Acima de tudo é um desestímulo àqueles que se propõem a, humildemente, ao longo do ano, difundir nossa cultura e preservar as tradições nordestinas.
Pior é saber que muitos que deveriam atuar para não permitir tal absurdo – vereadores, produtores culturais e instituições fiscalizadoras, por exemplo – simplesmente silenciam.
Alguns desses talvez em troca do privilégio de participar, como convidados, do camarote oficial da Prefeitura; outros, por razões menos nobres, que não convém aqui citar, até por falta de provas.
Lamentavelmente, a imposição de ritmos de outras regiões, a um custo altíssimo, é um mal que aos poucos vai acabando com um dos nossos principais produtos culturais: a autêntica música nordestina, com seus diversos gêneros – forró, xote, baião…
Isso graças ao conluio estabelecido entre empresários e gestores públicos ávidos, cada vez mais, em simplesmente encher os bolsos de dinheiro, à base do sistema “iô iô” que caracteriza a política brasileira.
Para essa gente, se danem os músicos que passam o ano inteiro no sacrifício para manter sua família e fazer sobreviver a legítima cultura regional – quando muito conseguem cachê miserável, do tipo “cala a boca” para discretas apresentações.
Não existe futuro para um povo que não tem o direito de lutar pela preservação de suas tradições e precisa se sujeitar aos modismos culturais impostos pelos gestores de plantão.
Até quando?
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