'Nunca mais a ditadura, nunca ao fascismo, nunca ao nazismo', diz ministro Dias Toffoli

Publicado em 05/10/2018, às 07h37
O ministro Dias Toffoli durante comemoração dos 30 anos da Constituição | STF -

Assessoria

Durante as solenidades realizadas ontem à tarde no Supremo Tribunal Federal (STF) para comemorar os 30 anos da Constituição de 1988, o presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do STF, ministro Dias Toffoli, afirmou: “É função primária de uma Constituição cidadã fazer ecoar os gritos do nunca mais”. E enfatizou: “Nunca mais a ditadura, nunca ao fascismo, nunca ao nazismo, nunca ao racismo, nunca a discriminação”.

LEIA TAMBÉM

Essas frases foram proferidas no Salão Branco do STF durante o lançamento, pelos Correios, de um selo comemorativo do aniversário da Constituição. Antes disso, no plenário do STF, em sessão solene da Suprema Corte, Toffoli afirmara: “A grandeza de uma nação está em se inserir no jogo democrático e ter a coragem de se ver como uma democracia. E cabe a nós, do Supremo, sermos os garantidores desse pacto”.

Presente à cerimônia, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou que “este ato reverencia um dos momentos mais importantes da história brasileira, lembrando à nação que este é o documento que rompeu com um regime de exceção e arbítrio e inaugurou o regime democrático que tem na centralidade de suas regras a defesa da dignidade e da liberdade humanas”. A procuradora destacou ainda que a Constituição é respeitada por sua política estruturante de defesa das liberdades individuais.

O mesmo raciocínio foi desenvolvido pelo ministro do STF Marco Aurélio de Mello: “Os direitos fundamentais são a parte mais importante do projeto constitucional de 1988, envolvidos os valores liberdade, igualdade e dignidade. A concretização desses direitos tem sido a principal missão do Supremo", afirmou o ministro.

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, advertiu que “o Brasil vive um dos períodos mais turbulentos, controversos e complexos de toda a sua história republicana. Jamais se viu nada igual, a não ser em regimes de exceção”. Na opinião do advogado, o lado positivo é que tudo isso está acontecendo sob “o escudo da Constituição Federal e os excessos podem e serão cobrados na forma da Lei”. Lamachia alertou ainda que “a falsa paz é a das tiranias, a paz dos cemitérios. As democracias, sim, fazem barulho, bendito barulho. Mas isso não exclui, muito pelo contrário, o zelo constante pela moderação”.

O presidente da República, Michel Temer, também presente, afirmou que "não há caminho fora da Constituição”. Para Temer, o país tem equivocadamente uma “compulsão perversa”, uma necessidade “extraordinária” de, a cada 20 ou 30 anos, achar que é preciso um novo Estado. 

Gostou? Compartilhe

LEIA MAIS

Justiça condena homem que chamou artista de 'traveco' em post de casa de shows, em Maceió Justiça proíbe condomínio de usar galinhas contra praga de escorpiões Justiça manda indenizar mulher que contraiu HPV após traições do ex-marido STF nega liberdade condicional a ex-deputado Daniel Silveira