Número de mulheres na Câmara de Maceió cai para quatro

Publicado em 03/10/2016, às 11h02

Redação

O resultado das eleições para a Câmara de Maceió levou a uma renovação entre os vereadores de 38% e à redução do número de mulheres na Casa, de seis para quatro.

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A pedido do TNH1, o cientista político Ranulfo Paranhos avaliou os números. Para ele, a redução do total de vereadoras é um retrocesso no resultado desta eleição, e vai de encontro ao momento atual, onde mulheres têm ocupado espaços importantes na política do Brasil.

“Essa discussão está na pauta do dia. Há um movimento favorável à representação de mulheres nas casas legislativas e ocupando espaços públicos de decisão, porque estamos tomando decisão para um grupo de pessoas heterogêneo. Como é que vou discutir política para mulheres se o grupo é prioritariamente composto por homens?”, indaga Paranhos.

Para ele, é necessário estabelecer uma proporção mais justa. “É uma questão de proporcionalidade, a regra não exige que seja proporcional à população, e eu acho que isso não vai existir, mas o eleitorado é que tem que escolher”, pontuou.

Renovação

Para o cientista político, a "oxigenação" da Câmara Municipal é positiva, mas sinaliza que a população espera algo mais dos vereadores durante seus mandatos, por isso muitos não se reelegeram.

“A outra coisa que sinaliza é que você tem renovação, havendo uma disponibilização de novas propostas”, disse.

O fenômeno Lobão

Entre os novos vereadores de Maceió está o campeão de votos Anivaldo da Silva Luiz, o Lobão. Para o cientista político, os quase 25 mil votos do produtor de filmes adultos podem ser uma aprovação a sua atuação como cidadão militante.

“Quem declarava voto no Lobão era a juventude. O indivíduo que não tem mais a Heloísa como opção pode ter votado no Lobão, um voto de protesto, mas eu acredito mais num voto de reconhecimento, porque o Lobão tem projetos. Mesmo sem cargo público, ele vai por fora, fazendo o nome dele”, destacou.

Paranhos chegou a comparar o perfil da campanha do Lobão com a do prefeito eleito de São Paulo, João Dória, que tentou passar a imagem de empresário, em vez do político. “Qual a característica dessa campanha? O Dória se elege em São Paulo com o discurso de que "não sou político tradicional, sou gestor’. Então o Lobão não tem nada de tradicional, nem na vida pessoal, nem, muito menos, na vida política. O que temos que saber agora é se o sistema vai moldar o Lobão”, concluiu.

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