Folhapress
Um mês após registrar as piores tempestades em 140 anos, a China voltou a ser castigada nesta terça-feira (5) pela passagem de um novo tufão. Com ventos de até 80 km/h, o Haikui provocou inundações e forçou a retirada de milhares de pessoas na província de Fujian, no sudeste do gigante asiático.
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O tufão foi rebaixado a tempestade tropical após atingir o solo por volta das 5h no horário local (18h de segunda em Brasília). Ainda assim, as fortes chuvas causaram estragos. Na cidade de Fuzhou, dois bombeiros desapareceram depois que um caminhão da corporação foi arrastado pela correnteza de uma enchente, segundo a imprensa estatal. O paradeiro deles ainda é desconhecido.
As autoridades registraram em algumas regiões mais de 300 milímetros de chuva em apenas 24 horas o volume é superior ao esperado para todo o mês de setembro. Bairros inteiros ficaram alagados e sem energia elétrica. No total, 114 mil pessoas tiveram de ser retiradas de áreas consideradas de risco.
As chuvas ainda interromperam o abastecimento de alimentos e de produtos. Dezenas de voos foram cancelados nos aeroportos das cidades de Fuzhou e Quanzhou. Parques e outros pontos turísticos foram fechados, e portos tiveram suas atividades suspensas. Milhares de alunos foram dispensados das aulas.
Para conter a crise, o regime chinês prometeu alocar 200 milhões de yuans (R$ 134,8 milhões) em ajuda às regiões mais atingidas algumas das quais já haviam sido impactadas por outros tufões nos últimos meses. No mais mortal deles, pelo menos 78 pessoas morreram no início de agosto devido à passagem do Doksuri, que provocou as piores chuvas na China em mais de um século, segundo autoridades.
Territórios chineses também sofreram impactos nos últimos meses pelas passagens dos tufões Khanun e Saola este segundo provocou a morte de uma pessoa na província de Guan gdong e ainda obrigou milhares de pessoas a abandonarem suas casas nas Filipinas.
Haiku é o nome em chinês para a anêmona-do-mar. Antes, o tufão foi o primeiro a alcançar a ilha de Taiwan desde agosto de 2019. Mais de 4.000 pessoas tiveram de ser retiradas.
Milhões de pessoas têm sido impactadas por fenômenos meteorológicos extremos e por ondas de calor prolongadas em todo o mundo nas últimas semanas. O IPCC (Painel Intergovernamental para a Mudança Climática) já afirmou que hoje é inequívoco que parte dessas mudanças é causada pela ação humana.
Dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência da ONU para questões do clima, indicam que eventos climáticos extremos como secas, enchentes, deslizamentos de terra, tempestades e incêndios mais do que triplicaram ao longo dos últimos 50 anos em consequência do aquecimento global.
A Ásia foi o continente mais afetado, contabilizando mais de 3.400 desastres nesse período, responsáveis por quase 1 milhão de mortes.
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