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Uma nova espécie de lesma marinha foi descoberta no sudoeste da Inglaterra e capturada para estudos por um navio de pesquisa.
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A criatura pertence a um grupo encontrado em águas mais quentes, que pode estar migrando para o norte devido às mudanças climáticas. Ela foi batizada de Pleurobranchaea britannica. Com as temperaturas dos oceanos em níveis recordes, há preocupação com o impacto na vida marinha.
A nova espécie apresenta guelras emplumadas distintas, em um lado do corpo, e não possui esporão na cauda, como outras espécies. Seu corpo é oval, com manto rugoso, formando polígonos irregulares delimitados por sulcos rasos. Sua cor de base é translúcida, com uma minúscula pigmentação creme a ocre. Manchas brancas opacas podem aparecer espalhadas irregularmente por todo o manto.
Ross Bullimore, do Cefas (Centro de Ciência do Meio Ambiente, Alimentação e Aquicultura) do Reino Unido, fez a descoberta. Cerca de 100 lesmas marinhas diferentes são encontradas nos mares da Grã-Bretanha e da Irlanda, mas ele soube imediatamente que se tratava de algo especial. "Foi como se uma lâmpada se apagasse", disse ele.
Os cientistas dizem que a descoberta mostra que ainda temos muito que aprender sobre a vida nos nossos mares, que estão entre os mais bem estudados do mundo. "Encontrar uma nova espécie que não seja microscópica é bastante emocionante. Mostra que ainda há trabalho a ser feito", disse Peter Barry do CEFAS
Apesar do seu tamanho diminuto (até 5 centímetros de comprimento), as lesmas do mar são um tipo de molusco marinho predador de topo, que ocupa uma posição chave na cadeia alimentar.
Muitas vezes referidas como "espécies indicadoras", elas podem auxiliar os cientistas a compreender a saúde dos ecossistemas marinhos devido à sua sensibilidade aos impactos das alterações climáticas e às pressões humanas. O artigo com a descoberta foi publicado na revista científica Zoosystematics and Evolution.
Os membros do grupo ao qual pertence a nova espécie -Pleurobranchaea- são normalmente encontrados no norte de Espanha, no Senegal e em todo o Mar Mediterrâneo. Oceanos mais quentes e ondas de calor perturbam espécies marinhas como peixes e baleias à medida que se deslocam em busca de águas mais frias, perturbando a cadeia alimentar.
Estamos vendo a presença de uma espécie [pertencente a um grupo] que sempre foi registrada em águas mais quentes. Isso pode indicar que o que estamos observando é que este grupo de espécies consegue expandir ainda mais sua distribuição porque as condições estão se tornando mais favoráveis.
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