“Nosso objetivo é salvar vidas”, diz Rui Palmeira

Publicado em 07/05/2017, às 15h22

Redação

No trânsito, o ditado é outro: a pressa é inimiga da vida. Lição básica. Quem dirige sabe – em mãos imprudentes ou desatentas, um veículo se torna uma arma letal. Com o objetivo de diminuir o índice de acidentes na capital, a Prefeitura reativou a fiscalização eletrônica em oito pontos de importantes avenidas de Maceió.

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Apesar da decisão aparentemente impopular para qualquer gestor, o prefeito Rui Palmeira parece ter manobrado na direção certa. Os números sinalizam. Durante a fase educativa – quando as velocidades foram medidas, mas as multas não foram aplicadas –, cerca de mil infrações foram registradas diariamente nas avenidas Fernandes Lima, Durval de Góes Monteiro e Álvaro Otacílio. Desde o último dia 20 de fevereiro, quando as multas passaram a valer, a média diária ficou em 150 infrações. Uma queda de 85%. Ou seja, a maioria esmagadora passou a respeitar o limite de velocidade (60km/h) e a evitar o avanço do sinal vermelho nos semáforos em que os equipamentos de aferição foram instalados.

Atenção: duas das vias que receberam a fiscalização eletrônica estão entre as que mais registraram acidentes no ano passado. De acordo com informações da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), a Av. Durval de Góes Monteiro foi a recordista de 2016, com 248 ocorrências, seguida de perto pela Av. Menino Marcelo (antiga Via Expressa), que registrou 212 sinistros.

“A gestão não quer aplicar multas. Nosso objetivo é salvar vidas”, sentencia o prefeito Rui Palmeira. Certo de que o tema mobilidade urbana é um dos carros-chefe de sua administração, o gestor expressa tranquilidade e firmeza ao falar sobre a determinação em tornar o trânsito mais fluido e seguro na cidade por onde rodam mais de 300 mil veículos. “É possível dizer que hoje as pessoas se deslocam com mais facilidade em Maceió do que há quatro anos”, acredita, respaldado pelo expressivo conjunto de ações sob sua assinatura.

O pacote engloba a criação de corredores exclusivos para ônibus, aplicativos virtuais para acompanhamento de itinerários das linhas urbanas, fiscalização eletrônica, licitação para o transporte coletivo, sinalização, estacionamento rotativo e novas vias e ciclovias, entre outras medidas. “Ao mesmo tempo, há uma preocupação urbanística de não transformar a cidade num autódromo”, ressalta Rui Palmeira. “Hoje, as idas e vindas são mais fluidas, mais rápidas e mais confortáveis, além de mais seguras”.

Dados nacionais

Numa volta pelo país, os números também mostram que a fiscalização eletrônica contribuiu para a redução de acidentes em diversos estados. No ano passado, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) divulgou dados relativos ao Plano Nacional de Controle Eletrônico de Velocidade. Entre 2010 e 2015, constatou-se uma queda de 30,6% no total de acidentes nas 6.469 faixas monitoradas pelo DNIT em vias de sob jurisdição federal por todo o Brasil. No mesmo período, o número de acidentes com vítimas fatais também caiu em 20,8%.

Estudos sobre o tema corroboram. Em sua dissertação de mestrado em engenharia de transportes, defendida na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o especialista Fábio de Souza Lopes investigou a utilização destes dispositivos e concluiu: “Experiências realizadas na Inglaterra, Alemanha, Noruega, Austrália e Nova Zelândia apontaram para um decréscimo significativo no número de acidentes e vítimas fatais em locais monitorados”. Segundo o pesquisador, no Brasil, os resultados são tão ou mais significativos do que os obtidos no exterior, atingindo taxas de até 60% de redução do número de vítimas.

Bem aqui do lado, no sempre intenso trânsito das ruas do Recife, radares e fotossensores também ajudaram consideravelmente na diminuição do número de acidentes. De acordo com informações da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), os 64 radares e sensores espalhados em 37 pontos da capital pernambucana reduziram em até 87% o índice de infrações. No caso das colisões envolvendo motocicletas, a queda percentual foi de 30%.

Em Maceió, por meio da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), a Prefeitura vai continuar a fechar o sinal para os apressadinhos. Afinal, não há razão para a capital seguir na contramão de uma tendência nacional.  “Maceió era a única capital que não tinha radar. Nós pretendemos implantar mais equipamentos deste tipo”, diz o prefeito. “É essencial, não apenas para a Prefeitura, mas para a cidade e para todos os maceioenses”, finaliza.

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