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O candidato derrotado à Presidência da República Fernando Haddad (PT) falou à população após o resultado das eleições. Ao lado da vice, Manuela D’Ávila e de familiares, ele se pronunciou em um hotel próximo à Avenida Paulista, em São Paulo, na noite deste domingo (28/10).
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“Em primeiro lugar gostaria, pela minha formação, de agradecer meus antepassados. Aprendi com meus antepassados o valor da coragem para defender a justiça a qualquer preço. Aprendi com minha mãe, meu pai, com a memória dos meus avós, que coragem é um valor muito grande em sociedade. Todos os demais valores dependem dela”, afirmou.
Haddad agradeceu a presença de apoiadores como Guilherme Boulos, candidato à Presidência pelo PSol, e da ex-presidente Dilma Rousseff. Ele lembrou a importância de ações da militância, que garantiram 45 milhões de votos à chapa.
“Sei que entre os 45 milhões de eleitores que nos acompanharam até aqui muita gente não é do partido. Sobretudo nas últimas semanas o que vimos foi a festa da democracia, gente que saiu à rua com colegas, esposas, marido, filhos e passou a panfletar o país inteiro, colocar um banco numa praça, cartaz no pescoço, para reverter o quadro que se anunciava.
Houve uma reversão muito grande em função da conscientização sobre o que estava em jogo. Vivemos um período já longo em que as instituições estão colocadas à prova a todo instante, a começar por 2016 quando tivemos o afastamento da presidenta Dilma, depois com a prisão injusta de Lula e a cassação da chapa na qual era candidato.
Seguimos de cabela erguida, com determinação e coragem para levar nossa mensagem aos rincões do país, a periferias e centros, a estudantes, idosos, homens e mulheres, LGBTs, brancos negros, evangélicos, ateus, religiosos de matriz africana, a todos os brasileiros, a mensagem que vale a pena.
A soberania nacional e a democracia como entendemos está acima de todos nós. Nós vamos defendê-la daqueles que, de forma desrespeitosa pretendem usurpar o nosso patrimônio.
Entendemos a democracia não apenas do ponto de vista formal. São direitos civis, políticos, trabalhistas e sociais que estão em jogo neste momento.
Nós temos uma tarefa enorme que é em nome da democracia defende a liberdade desses 45 milhões que nos acompanharam até aqui. Responsabilidade de fazer oposição colocando os interesses do povo brasileiro acima de tudo. Temos compromisso com a prosperidade do país.
Ajudamos a construir uma das maiores democracias do mundo e temos que ter compromisso de mantê-la, não aceitar provocações e ameaças. A nação, lembrando o hino, verá que um professor não foge à luta, nem teme, quem te adora, a própria morte.
Nosso compromisso é um compromisso de vida com esse país. Temos uma longa trajetória, reconhecemos a cidadania em cada brasileiro. Não vamos deixar esse país para trás, vamos colocá-lo acima de todos. Vamos defender nosso ponto de vista respeitando a democracia.
Tem muita coisa em jogo e nós temos que compreender o que está em jogo. Vamos continuar nossa caminhada nos reconectando com as bases, com os pobres desse país, para refazer um programa de ação que há de sensibilizar mentes e corações nesse país.
Em 4 anos teremos novas eleições. Talvez o Brasil nunca tenha precisado mais do exercício da cidadania do que agora. Coloco a minha vida à disposição desse país. Coloco-o acima do meu próprio bem estar.
Nas ruas, senti uma angustia e medo na expressão de muitas pessoas que chegavam a soluçar de tanto chorar. Não tenham medo, nós estaremos aqui, nós estamos juntos. Nós abraçaremos a causa de vocês. Contem conosco, a vida é feita de coragem. Viva o Brasil!”
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