"Não traz meu filho de volta, mas tira um peso do meu peito", diz pai de modelo, após júri

A família do jovem Eric Ferraz, assassinado numa festa Réveillon em 2012, no município de Viçosa, Zona da Mata de Alagoas, recebeu com alívio o resultado do julgamento de Judarley Leite Oliveira, acusado de atirar no modelo. Ele foi condenado a 32 anos e oito meses de prisão em regime fechado, após decisão do tribunal do júri nessa quarta (9).

Para o pai do modelo, Edglemes Santos, o resultado mostra que "justiça começou a ser feita", mas ele ainda espera a condenação do outro réu, irmão de Judarley, o policial civil Jaysley Leite Oliveira.

“O resultado não traz o meu filho de volta, mas tira um peso imenso do meu peito. Foi um julgamento tenso. Mas a luta não acabou, falta o julgamento do policial civil [Jaysley Leite], no qual nós estamos trabalhando pelo desaforamento”, disse, nesta quinta, ao TNH1.

Edglemes Santos, que é funcionário público do município de Marechal Deodoro, comentou que o momento mais difícil do júri foi durante os debates entre a acusação e a defesa, quando os advogados do réu falaram sobre seu filho.

“O advogado de defesa ficou falando coisas absurdas do meu filho, coisas que não existiram e que dá uma angústia na gente, tanto que minha filha passou mal e teve que deixar o plenário para ser atendida pela médica do Fórum”, afirmou.

O pai ainda reforçou que o caso não foi encerrado, já que haverá o julgamento dos recursos, e disse que continuará a lutar por justiça. “A minha vida hoje é em função disso, fazer justiça para o meu filho. Mas tenho certeza que, esteja ele onde estiver, está orgulhoso de mim”, disse emocionado. “Queria muito elogiar as pessoas envolvidas, porque justiça foi feita, apesar do nosso Código Penal ser muito arcaico”, avalia.

Jaysley Leite chegou a ser preso, mas responde em liberdade.