João Victor Souza e Letícia Cardoso*
Após a polêmica envolvendo uma mulher que teria sido vítima de assédio sexual dentro de um ônibus em Maceió, o Portal TNH1 foi às ruas, nesta quarta-feira (15), para conversar com usuárias de transportes públicos e saber de suas experiências relacionadas a este tipo de violência.
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A reportagem passou por diversos pontos de ônibus e escutou relatos de quem já enfrentou e encara no dia a dia a violência de assediadores.Os relatos estão divulgados com nomes fictícios para preservar a identidade das vítimas.
"A pessoa fica sem saber o que fazer"
A jovem Maria, de 19 anos, já passou por situações como essa e teve o corpo tocado por um homem quando fazia uma viagem em transporte coletivo. Ela contou sua história, afirmou que não teve reação imediata com o ato e reconheceu que não acionou à polícia para coibir a violência.
“Eu estava em Marechal Deodoro e resolvi voltar para casa num ônibus. Um cara ficou se esfregando em mim. Eu estava de costas pra ele e a pessoa fica sem saber o que fazer. Não tem reação na hora. Aí eu dei uma cotovelada e pedi pra ele parar. Aí eu saí de perto”, contou.
Questionada se tem medo de continuar sendo vítima de assédios em ônibus, Maria garantiu que o temor aumenta a cada dia. “Tenho medo principalmente na parte da noite, que tem pouca gente no ônibus. Quando acontece, as pessoas normalmente ficam quietas. Não é todo mundo que tem a atitude de parar e conversar", acrescentou.
"Vergonha"
Já Lúcia, de 33 anos, outra entrevistada, declarou que ficou com vergonha de se expor após o assédio. Segundo ela, há o medo de não saber a atitude da população contra o assediador e que pode acontecer um linchamento.
“Peguei um ônibus lotado e tinha um homem ‘ralando’ em mim. Quando aconteceu comigo, fiquei com vergonha. Eu olhei com cara feia para o rapaz e ele saiu. Muitas vezes a gente fala e a população lincha porque não gosta de tarado”, disse.
A mulher afirmou que não se sente segura dentro do ônibus e pode ser vítima de novo assédio. "Segurança não tem. É o jeito pegar o ônibus, pois não tenho dinheiro para pegar um táxi ou mototáxi. Tem muitos homens que se aproveitam e se tiverem oportunidade ralam mesmo", acrescentou.
"É muito constrangedor"
Com Ana, de 21 anos, a agressão foi de uma pessoa mais velha. Ela contou sua experiência e se viu surpresa pelo assediador ter sido uma pessoa que ela não esperava.
"Eu estava dormindo no banco do ônibus e acordei com um senhor de idade roçando o pênis no meu ombro", destacou. "Eu preciso do transporte, mas é muito constrangedor e é na cara de pau", completou Ana.
Assédio em ônibus ganha repercussão em Maceió
Em um vídeo gravado dentro de um ônibus na segunda-feira (13), em Maceió, um homem aparece sendo agredido por uma mulher que o acusa de praticar atos libidinosos e assediá-la sexualmente. As imagens, que duram 21 segundos, ganharam repercussão na mídia e mostra o suspeito de assédio o zíper da calça aberto. O caso aconteceu dentro de um ônibus que seguia em direção à Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
Passageiros que estavam dentro do ônibus disseram que o motorista do veículo teria se recusado a seguir com o veículo para uma delegacia, onde passageira prestaria queixa, e teria aberto a porta do coletivo para o sujeito descer.
Nesta manhã, o motorista conversou com o Portal TNH1 e informou que está traumatizado com a violência no transporte coletivo. "As pessoas têm me julgado, por abrir a porta, mas com a confusão dentro do ônibus você tem segundos para tomar uma decisão", contou.
Homem é preso por masturbação perto de criança
Um homem de 47 anos foi preso na última terça-feira (14) suspeito de se masturbar perto de uma menina de apenas 13 anos de idade, dentro de uma sorveteria no bairro Barro Duro, em Maceió.
De acordo com a polícia, essa é a terceira vez que o homem é preso na mesma situação. Ele foi visto praticando o ato obsceno pela proprietária do local, que chamou a polícia.
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