Assessoria
De 27 a 31 de março (quarta-feira a domingo), Maceió acolhe a primeira mostra de mulheres profissionais na arte da palhaçaria e comicidade de Alagoas, o F.E.M.E – Festival de Mulheres Engraçadas de Maceió. Projeto de Wanderlândia de Melo Barbosa, com realização do grupo Clowns de Quinta e contemplado pelo Rumos Itaú Cultural 2017-2018, é formado por oficina de palhaçaria feminina, mesas redondas, exibição de filme, cabaré, espetáculos e sarau, que colocam mulheres como protagonistas da arte de fazer rir.
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Para começar, às 19h do primeiro dia, 27 (quarta-feira), as palhaças alagoanas convidadas Rayane Goés, Laís Lira, Gabriela Ferreira, Raquel Vieira e Natasha Wonderfull, com a argentina Julieta Zarza, as paulistas Dani Majzoub, Vanessa Rosa e Luciana Viacava e a carioca Geni Viegas – pioneira na palhaçaria feminina no Brasil – apresentam Cabaré das DESgovernadas. As cenas são todas autorais, sem uma dramaturgia que interliga uma a outra.
O encadeamento entre elas é feito pelas mestras de cerimônias Elaine Lima, Nathaly Pereira, Wanderlândia Melo, integrantes do Grupo Clowns de Quinta. O mote da peça é a desgovernança das personagens, em alusão ao atual governo presidencial do país. Entre uma cena e outra, as palhaças mestras se promovem ao cargo de presidente ideal para as mulheres palhaças. Os espectadores assumem o papel de eleitores e votam nas que preferem.
Nos três dias seguintes, de 28 a 30 (quinta-feira a sábado), entre 9h e 13h, a atriz, palhaça, diretora, professora e preparadora de atores, Luciana Viacava, ministra a Oficina Bufão, na Sala de dança do Complexo Cultural do Teatro Deodoro, direcionada a atores, palhaços, bailarinos, professores, estudantes de artes cênicas e interessados em geral. O intuito é pesquisar o território bufonesco de base, o estado primitivo, o olhar, a lógica deste ser debochado e anárquico trazendo para os artistas liberdade e vitalidade em cena. Os bufões são seres que zombam de tudo, se divertem a parodiar a vida dos homens, são paradoxais, cômicos e trágicos, sublimes e grotescos, lúcidos e loucos. Por meio de sua lógica e corpo distorcidos, evidenciam as deformações da sociedade, levando à reflexão.
O conteúdo desta atividade é direcionado à análise do movimento, estudo das dinâmicas dos elementos da natureza e animais, dinâmicas de coro, rituais bufonescos, infância, estudos da hierarquia dos bandos e suas funções, desenvolvimento do corpo distorcido, construção do corpo-máscara, estudo da lógica distorcida e da dramaturgia do bufão e construção de pequenas cenas a partir de temas dados ou textos escolhidos pelas participantes.
Ainda no dia 28, às 15h, é exibido o filme Minha avó era palhaço, de Ana Minehira e Mariana Gabriel, na Sala de Cinema do Centro Cultural Arte Pajuçara. A história é sobre Xamego, personagem masculino criado pela primeira palhaça negra do Brasil, Maria Eliza Alves dos Reis, nas décadas de 1940 a 1960. Na época, era a grande atração do Circo Guarany, inaugurado no início do século 20 pela tradicional família do proprietário João Alves.
À noite, a atriz Aline Marques leva ao Teatro Arena, Valdorf, um solo sobre o menino que dá nome à peça e tem seis anos. Marcado para as 20h, o espetáculo inicia com a criança presa dentro de um vidro de pepinos, o que faz parte de sua rotina de esperar a sua mãe na escola, sozinha, quando todas as outras crianças já foram embora. A partir desta figura, Aline acessa lugares saudosos, doloridos, emocionantes e esquecidos, guardados na memória do público. Valdorf, figura cômica e grotesca, provoca na plateia sentimentos diversos, pois ao mesmo tempo em que as pessoas se identificam e se compadecem com o garoto, há o sentimento de raiva e medo de terem alguma semelhança com ele.
Mulher faz-se rir é o tema da mesa de debates do dia 29 (sexta-feira), às 15h, na Sala Preta, do Espaço Cultural da Ufal. A conversa gira em torno do assunto central do festival: mulheres envolvidas com as discussões nacionais sobre gênero e a profissão de palhaça e da arte da palhaçaria. As convidadas Peró Andrade, de Alagoas, Nara Meneses, de Pernambuco, Dani Majzoud, de São Paulo, e Geni Viegas, do Rio de Janeiro, falam sobre as trajetórias pessoais, os desafios e autonomias que o gênero proporciona dentro da vivência de cada uma. A mediação é da realizadora do festival.
Um dia depois, 30 (sábado), às 18h, a argentina Julieta Zarza apresenta um cabaré portenho, no qual os espectadores contemplam a dança e a música Rio-Platense. Mini Cabaré Tanguero, que estará no palco do Teatro de Arena Sérgio Cardoso, se desenvolve em um solo com manipulação, mágica, danças excêntricas e humor.
Às 19h30, o Centro Cultural Arte Pajuçara recebe OPÁ, uma missão, de Lívia Falcão, sobre Zanoia, uma benzedeira antiga, descendente direta da xamã mais velha daquelas terras que um dia foram do seu povo. Dela, que era sua tatatatatataravó, recebeu uma missão muito importante quando nasceu: rir de si mesma nas sete direções, leste, oeste, norte, sul, acima, abaixo e dentro. Na tribo de Zanoia e desde muito tempo atrás, se acredita que toda pessoa viva tem uma dádiva-diamante escondida no corpo para iluminar no tempo e essa é a missão que Zanoia decidiu cumprir a qualquer custo.
Entre rio e mar, há lagoanas, do Coletivo Heteáçã, se debruça sobre questões de gênero e a linguagem das máscaras teatrais. É uma fábula que recria o nascimento da lagoa por meio do cotidiano e da memória de mulheres que cresceram nas suas margens e dentro dela. A encenação é às 20h, no Teatro Deodoro.
Uma cozinha sem teto, aberta. Quatro cadeiras vazias. Um fogão que aquece ingredientes sem receita. Duas colheres de emoção, uma xícara de poesia e uma pitada de improviso. Uma excêntrica anfitriã que cozinha com equilíbrios e tempera com afeto. Mistura com malabarismos. Adiciona circo. Despeja em uma assadeira sem forma. Leva ao fogo e serve pratos com graça e riso. É como age a personagem interpretada por Giulia Cooper em Chá Comigo marcada para o dia 31 (domingo), às 16h, na Vila dos Pescadores.
A partir das 20h, no Rex bar, o público é convidado para o encerramento das atividades com o Sarau com mulheres na roda de samba, formado por Mel Nascimento, Manu Preta, Leticia Sant'ana, Karine Moura, Bárbara Abreu, Carine Alves, Roberta Peixoto, Rafaela Quintino e Karine Gomes, com produção e comunicação são de Sal Bernardo.
Sobre o Rumos Itaú Cultural
Um dos maiores editais privados de financiamento de projetos culturais do país, o Programa Rumos, é realizado pelo Itaú Cultural desde 1997, fomentando a produção artística e cultural brasileira. A iniciativa recebeu mais de 64,6 mil inscrições desde a sua primeira edição, vindos de todos os estados do país e do exterior. Destes, foram contempladas mais de 1,4 mil propostas nas cinco regiões brasileiras, que receberam o apoio do instituto para o desenvolvimento dos projetos selecionados nas mais diversas áreas de expressão ou de pesquisa.
Os trabalhos resultantes da seleção de todas as edições foram vistos por mais de 6 milhões de pessoas em todo o país. Além disso, mais de mil emissoras de rádio e televisão parceiras divulgaram os trabalhos selecionados.
Nesta edição de 2017-2018, os 12.616 projetos inscritos foram examinados, em uma primeira fase seletiva, por uma comissão composta por 40 avaliadores contratados pelo instituto entre as mais diversas áreas de atuação e regiões do país. Em seguida, passaram por um profundo processo de avaliação e análise por uma Comissão de Seleção multidisciplinar, formada por 21 profissionais que se inter-relacionam com a cultura brasileira, incluindo gestores da própria instituição. Foram selecionados 109 projetos, contemplando todos os estados brasileiros.
SERVIÇO:
Rumos Itaú Cultural 2017-2018
F.E.M.E - Festival de Mulheres Engraçadas de Maceió
Dia 27 de março (quarta-feira), às 19h
Espetáculo Cabaré das DESgovernadas
Duração: 120 Minutos
Classificação indicativa: 16 anos
Local: Teatro Deodoro
Rua Barão de Maceió, 375, Centro (em frente à, Praça Marechal Deodoro)
600 pessoas
Ingressos: R$ 10
De 28 a 30 de março (de quinta-feira a sábado), das 9h às 13h
Oficina de Bufão
Duração: 12 horas (carga horária)
Classificação indicativa: 16 anos
Local: Sala de dança do Complexo Cultural do Teatro Deodoro
Rua Barão de Maceió, 375, Centro (em frente à, Praça Marechal Deodoro)
20 pessoas
Entrada gratuita
Dia 28 de março (quinta-feira)
Às 15h
Filme Minha avó era palhaço
Duração: 52 minutos
Classificação indicativa: livre
Local: Centro cultural Arte Pajuçara: Sala de Cinema
Av. Dr. Antônio Gouveia, 1113, Pajuçara
160 pessoas
Entrada gratuita
Audiodescrição
Legendado em português
Às 20h
Espetáculo Valdorf
Duração:60 minutos
Classificação indicativa: 12 anos
Local: Teatro Arena
Tv. Dias Cabral, 112-176, Centro
116 pessoas
Ingressos: R$ 10
Interpretação em libras
Dia 29 de março (sexta-feira)
Às 15h
Mesa Mulher faz-se rir
Duração: 120 minutos
Classificação indicativa: livre
Local: Sala Preta, do Espaço Culturalda Ufal
R. Mal. Roberto Ferreira, 148-212, Centro
100 pessoas
Entrada gratuita
Interpretação em libras
Às 19h30
Espetáculo OPÁ, uma missão
Duração: 54 minutos
Classificação indicativa: livre
Local: Centro Cultural Arte Pajuçara
Av. Dr. Antônio Gouveia, 1113, Pajuçara
180 pessoas
Ingressos: R$ 10
Dia 30 de março (sábado)
Às 18h
Espetáculo Mini Cabaré Tanguero
Duração: 50 minutos
Classificação indicativa: Livre
Local: Teatro de Arena Sérgio Cardoso
Tv. Dias Cabral, 112-176, Centro
180 pessoas
Ingressos: 10 reais
Interpretação em libras
Audiodescrição
Às 20h
Espetáculo Entre rio e mar, há lagoanas
Duração: 60 minutos
Classificação indicativa: 12 anos
Local: Teatro Deodoro
Rua Barão de Maceió, 375, Centro (em frente à, Praça Marechal Deodoro)
Maceió (AL)
650 pessoas
Ingressos: R$ 10
Interpretação em libras
Audiodescrição
Dia 31 de março (domingo)
Às 16h
Espetáculo Chá Comigo
Duração: 45 minutos
Classificação indicativa: Livre
Local: Vila dos Pescadores
Av. Assis Chateaubriand, Trapiche da Barra
Capacidade: ao ar livre
Entrada gratuita
Às 20h
Sarau com Mulheres na roda de Samba
Duração: 3 horas
Classificação indicativa: 18 anos
Local: Rex bar
R. Sá e Albuquerque, 675, Jaraguá
200 pessoas
Ingressos: R$ 10
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