MPT constata irregularidades durante novas inspeções em hospitais e unidades de saúde em AL

Publicado em 10/07/2020, às 13h47
Divulgação / MPT -

Ascom MPT

O Ministério Público do Trabalho (MPT) voltou a constatar, nesta semana, irregularidades relacionadas à saúde e segurança no ambiente laboral durante novas fiscalizações em hospitais e unidades de saúde. Desde o mês de junho, o MPT realiza inspeções in loco em instituições de saúde públicas e privadas de Alagoas para verificar, especialmente, a adoção de medidas para proteger os profissionais do risco de contágio pela Covid-19.

LEIA TAMBÉM

As novas inspeções foram realizadas de 6 a 9 de julho, no Hospital Escola Helvio Auto, no Pam Salgadinho, na Unidade de Saúde da Família Arthur Ramos (localizada no conjunto Henrique Hequelman) e no Hospital Psiquiátrico Portugal Ramalho. De acordo com o procurador do MPT Tiago Cavalcanti, a situação mais preocupante foi verificada no Portugal Ramalho, onde os profissionais estão submetidos a condições preocupantes de trabalho.

“As condições de trabalho são realmente preocupantes. Além do desgaste emocional inerente ao exercício das funções no hospital psiquiátrico, os trabalhadores estão submetidos a situações insatisfatórias e inadequadas. Lá foi possível constatar déficit de pessoal, inexistência de plano de contingência em face do coronavírus, elevado número de afastamento por síndrome gripal, tendo havido um óbito, desvios de função e falta de EPIs e treinamentos. Além disso, a situação das trabalhadoras da cozinha é particularmente grave: elas compram seu próprio calçado e avental, levam seus uniformes para lavar em casa e trabalham manuseando panelas e utensílios inapropriados. Muitas delas apresentam marcas de queimadura na pele”, explicou o procurador. 

Já no Hospital Escola Helvio Auto, o MPT verificou que não há testagem preventiva nos profissionais de saúde e, aparentemente, o treinamento voltado a trabalhadores terceirizados não foi suficiente para instruí-los sobre a utilização correta de equipamentos de proteção individual (EPIs), a exemplo do manuseio e acondicionamento de máscaras N95. Dentre as irregularidades encontradas, também foi possível identificar que o local destinado ao alojamento e refeições dos empregados terceirizados não é separado por sexo e possui infiltrações aparentes e mofo.

Outras unidades
No Pam Salgadinho e na Unidade de Saúde da Família Arthur Ramos, as condições de trabalho também deixam a desejar. As referidas unidades, de média complexidade (destinadas a exames e consultas, sem internação), serão imediatamente notificadas para corrigir as irregularidades.

No Hospital Santa Rita - em Palmeira dos Índios -, outra unidade inspecionada, as irregularidades foram pontuais e de fácil solução. O Ministério Público do Trabalho em Arapiraca concedeu prazo de uma semana para comprovação das correções determinadas.

Até o momento, o MPT em Alagoas já realizou inspeções em 11 hospitais e unidades de saúde no estado. Além das unidades inspecionadas nesta semana, já passaram por fiscalização a Maternidade Santa Mônica, o Hospital da Mulher, o Hospital Metropolitano, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Jacintinho, a base central do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o Hospital Vida.

Divulgação / MPT
Divulgação / MPT
Divulgação / MPT
Gostou? Compartilhe

LEIA MAIS

Jogadora da Seleção Brasileira lamenta morte de irmão em acidente em AL: “estou destruída” “Não é minha família”, diz Carlinhos Maia após cunhado ser alvo de operação policial Drones auxiliam na localização de crianças perdidas em praias de Alagoas Disque 100 registrou mais de 37 mil violações de direitos humanos em 2024, em Alagoas