Assessoria
O Ministério Público Federal (MPF) expediu recomendação à Braskem, à Agência Nacional de Mineração (ANM), ao Instituto do Meio Ambiente (IMA) e ao município de Marechal Deodoro sobre a aquisição e o licenciamento de mineradora de areia que extrai material do cordão arenoso conhecido como "Dunas do Cavalo Russo", em Marechal Deodoro (AL).
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De autoria do grupo de trabalho que acompanha o Caso Braskem em Alagoas, a recomendação visa à proteção e preservação de área de preservação permanente, por meio da interrupção da extração de areia de área já reconhecida pela Justiça Federal como de interesse ambiental, a exigir maior proteção, proibindo a emissão indiscriminada de licenças ambientais.
À Braskem, o MPF recomendou que interrompa a aquisição de areia desse fornecedor, tendo em vista que fiscalizações técnicas constataram que a atividade de mineração não tem obedecido os limites das licenças ambientais e minerárias concedidas.
Com o intuito de cumprir os termos do acordo socioambiental firmado com o MPF no âmbito do Caso Pinheiro/Braskem, por meio do qual comprometeu-se a preencher algumas das minas de sal-gema com areia, a Braskem tem adquirido o material de duas fornecedoras localizadas em Marechal Deodoro, sendo que contra uma delas pesam constatações feitas pelo Município de Marechal Deodoro e pela ANM de que parte da areia extraída pode estar vindo das “Dunas do Cavalo Russo”.
À ANM e ao IMA, o MPF orientou que suspendam as licenças vigentes em favor da mineradora enquanto não forem esclarecidas a extensão da possível irregularidade da extração de areia e as medidas necessárias à recomposição de eventual dano ambiental ocorrido.
No mesmo sentido, a recomendação ao município de Marechal Deodoro visa a impedir eventual expedição de licenciamento ambiental ou qualquer tipo de alvará autorizando a exploração de areia pela empresa mineradora.
Aos destinatários da recomendação foi dado o prazo de dez dias para informar ao MPF se acolherão a recomendação, bem como as providências que estão sendo adotadas para o seu atendimento.
Saiba mais - Tramita no MPF notícia de fato que apura a regularidade da extração mineral empreendida por mineradora que, entre outros clientes, fornece areia para a empresa petroquímica Braskem realizar a o preenchimento de suas minas em cumprimento ao acordo socioambiental firmado com o MPF, em dezembro de 2020.
A apuração continua, mas informações preliminares indicam que inspeções realizadas pela ANM, pela Prefeitura de Marechal Deodoro e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) apontam para a existência de indícios de que a extração de areia - ou parte dela - esteja se desenvolvendo de maneira irregular.
Braskem - Por meio de nota, a Braskem informou que "a areia é contratada de fornecedores que operam jazidas em Alagoas e devidamente licenciadas pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA) e autorizadas pela ANM". Leia o comunicado na íntegra:
A Braskem utiliza areia no preenchimento de alguns dos 35 poços de sal, conforme o plano de fechamento aprovado pela Agência Nacional de Mineração (ANM). A areia é contratada de fornecedores que operam jazidas em Alagoas e devidamente licenciadas pelo Instituto do Meio Ambiente (IMA) e autorizadas pela ANM. Desde janeiro, a Braskem não adquire areia dos fornecedores mencionados pelo Ministério Público Federal e seguirá a recomendação até a conclusão das apurações.
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