MPF garante acordo para beneficiar migrantes venezuelanos em Maceió

Publicado em 26/07/2022, às 08h56
Ascom MPF AL -

Assessoria MPF AL

O Ministério Público Federal em Alagoas (MPF/AL) e a Defensoria Pública da União (DPU) firmaram na última segunda-feira (25) Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Município de Maceió para garantir a utilização de recursos federais e estaduais destinados a migrantes em situação de vulnerabilidade. O município tem 30 dias úteis para divulgar minuta de plano de ação detalhado para o uso de recursos federais enviados pelo Ministério da Cidadania, e recursos do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep), num total aproximado de R$ 760 mil.

LEIA TAMBÉM

O TAC, proposto pelo procurador da República Érico Gomes de Souza e pelo defensor público federal Diego Bruno Martins Alves, atende a uma demanda de indígenas da etnia Warao, oriundos de fluxo migratório da República Bolivariana da Venezuela, devido à crise política, econômica e social. Os migrantes estão impossibilitados de ser beneficiados pelos recursos federais destinados a Maceió por falta de um plano de execução. O acordo tem objetivo de evitar que os recursos voltem aos cofres públicos da União sem serem utilizados. Os recursos federais são destinados à assistência das necessidades básicas dos migrantes, mas também para prover estrutura para que eles desenvolvam sua própria autonomia, respeitando suas características culturais.

De acordo com o compromisso assumido pelo município de Maceió com o MPF e a DPU, a própria sociedade civil e indígenas podem indicar eventual omissão na minuta do plano de ação, para que o município realize as devidas correções, o qual também definirá protocolos técnicos, responsabilidades dos órgãos públicos municipais envolvidos, fluxos padronizados e exposição de condutas e medidas administrativas para atendimento e tutela de direitos dos migrantes em situação de vulnerabilidade, com previsão de fluxos específicos para indígenas.

Política pública – Firmado pelo secretário municipal de assistência social de Maceió, Claydson Moura e pelo procurador do município de Maceió, João Luís Lôbo Silva, o TAC é fruto do inquérito civil nº 1.11.000.000248/2022-45, instaurado a partir de processo da Funai, visando à construção de uma solução duradoura ao grupo familiar indígena migrante da etnia Warao, hoje em torno de 90 membros. Além da solução imediata da aplicação dos recursos, com o documento firmado hoje, MPF/AL e DPU pretendem que o município se comprometa extrajudicialmente a estabelecer, a médio prazo, uma política pública voltada aos migrantes em situação de vulnerabilidade.

Para isso, a cláusula 6ª do TAC cobra do município apresentação de projeto de Lei à Câmara de Vereadores de Maceió para instituir a política municipal de atenção aos refugiados, apátridas, migrantes vulneráveis no território, num prazo de 30 dias após a elaboração e encaminhamento do plano migratório ao MPF e à DPU. Outro compromisso consiste na instituição, em 15 dias úteis, de comitê municipal e grupos de trabalho para viabilizar a articulação de uma rede de apoio aos migrantes vulneráveis, com participação de instituições públicas e de organismos da sociedade civil.

O município de Maceió já havia descumprido prazo estabelecido em recomendação da DPU (Recomendação nº 4379193), alegando impeditivos de ordem técnica. Com o novo compromisso, a recomendação, cujo foco é promover a adequada assistência aos migrantes em vulnerabilidade, é reforçada. Em caso de descumprimento do TAC, o secretário e o procurador do município terão de pagar multa de R$ 2 mil.

Reunião – Durante a reunião para assinatura do TAC, o secretário municipal de assistência social garantiu que o Comitê Municipal e os Grupos de Trabalho, previstos na cláusula 3ª, serão instituídos nos próximos dias. E, que o plano de ação preverá a disponibilidade de vagas para trabalhadores na construção civil e no Mercado do Artesanato, inclusive com gratuidade de transporte público.

Também foi mencionado o arrendamento de um sítio para ser gerido pelos Warao que pretendem trabalhar na terra, vivendo do que plantar e comercializar. A educação e a saúde foram destacadas como prioridade para o município, informando sobre vagas na rede pública municipal e transporte escolar.

Aos pescadores, o secretário afirmou estar em tratativas para acomodá-los no Centro Pesqueiro ou alguma colônia de pescadores na capital. Está prevista para toda a próxima semana atendimento odontológico diretamente aos Warao em Maceió.

Gostou? Compartilhe

LEIA MAIS

Homem com sinais de embriaguez é socorrido após cair de ponte no Salgadinho Após varias prisões no primeiro dia, Prefeitura aumenta policiamento no Verão Massayó Imagem de grupo detido no Verão Massayó viraliza nas redes sociais Verão Massayó 2025 terá 15 linhas de ônibus gratuitas até o evento