MPE acompanha caso de criminosos que usaram fardas falsas do Bope durante tentativa de assalto em Maceió

Publicado em 03/10/2024, às 15h23
Foto: Reprodução -

TNH1, com TV Pajuçara

O Ministério Público de Alagoas (MPE) vai acompanhar as investigações que apuram a tentativa de assalto a um prédio empresarial, no bairro do Farol, em Maceió, no último dia 1°. Na ocasião, os assaltantes usaram um fardamento similar ao do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar de Alagoas. O grupo foi surpreendido pelas forças de segurança e cinco assaltantes foram presos.

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De acordo com a promotora Karla Padilha, o MP quer saber como o grupo criminoso conseguiu adquirir os fardamentos, que foram usados para facilitar o acesso dos assaltantes ao centro empresarial. 

"O MP vai acompanhar esse evento que terminou numa tentativa de assalto de um estabelecimento comercial por criminosos que usavam fardamentos similares aos usados pelas forças de segurança pública. Existe uma lei que exige que esses fardamentos sejam vendidos em estabelecimentos credenciados, porém, na prática, sabemos que há outros locais onde esses fardamentos são vendidos e não sofrem qualquer tipo de fiscalização. Para as forças de segurança fica claro que o fardamento não é o oficial, porém, para o cidadão comum, uma confusão pode ser feita facilmente", explicou a promotora, em vídeo gravado para a reportagem da TV Pajuçara. 

Ainda segundo a promotora, o caso expôs a necessidade de uma fiscalização rigorosa na compra de fardamentos por agentes de segurança.

"Então, é necessário que se exija a identificação funcional, todas as vezes que um agente de segurança for adquirir o seu fardamento. Também é necessário uma fiscalização rigorosa desses equipamentos para que se evite incidentes dessa natureza. Estamos atentos a isso e vamos acompanhar esse caso", finalizou. 

Integrante de facção no Rio passou orientações aos assaltantes

Um integrante da facção Comando Vermelho (CV), uma das maiores organizações criminosas do país, orientou o grupo de assaltantes que tentaram roubar uma joalheria na parte alta de Maceió. Segundo informações repassadas pelo órgão, o trabalho investigativo e de inteligência da polícia demonstrou a vinculação dos cinco criminosos presos com a facção criminosa fluminense. O grupo, que foi preso usando fardas falsas do Bope, teria confessado à polícia estar recebendo orientações para o cometimento do assalto em Maceió de outro criminoso da facção, que estaria no estado do Rio de Janeiro.

TNH1 teve acesso às imagens dos suspeitos presos pelas autoridades alagoanas. Os fardamentos, que apesar de terem tonalidades parecidas com as do Bope de Alagoas, não são originais da corporação alagoana. A reportagem pesquisou e a loja estampada no material é do Rio de Janeiro. 

De acordo com o delegado João Marcelo, os criminosos têm passagens pela polícia e todos são do estado de Alagoas

"Eram cinco criminosos, cada um com uma pistola. Eles têm passagens por diversos crimes, entre eles roubo, tráfico de drogas, organização criminosa, tentativa de homicídio, homicídio. Além disso, todos são aqui do estado de Alagoas. É uma situação bem grave. Lojas não podem vender fardamentos da polícia para pessoas que não sejam da segurança pública. As investigações vão continuar para tentar identificar onde eles conseguiram esses fardamentos", explicou.

Assalto foi frustrado pelas forças de segurança de Alagoas

O assalto frustrado de cinco falsos policiais militares marcou o primeiro dia de outubro na capital alagoana. As cenas que pareciam criadas em um roteiro de filme, com tiros, correria e rendição de bandidos vestidos de agentes de segurança, assustaram quem passava pelas proximidades da Praça do Centenário, no bairro Farol, no início da tarde dessa terça-feira (1º). Uma pessoa que estaria a trabalho no edifício empresarial alvo dos criminosos foi baleada durante a confusão e socorrida com vida.

A reportagem do TNH1 esteve no local do tiroteio e da prisão do grupo, e confirmou que os assaltantes já estavam sendo monitorados pelas forças de segurança do estado, como também usavam fardamento semelhante ao utilizado pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), da Polícia Militar. O plano era se passar por policiais, entrar no empresarial e roubar uma joalheira situada em um dos andares. 

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