TNH1 com TV Pajuçara
O Ministério Público de Alagoas (MP-AL) anunciou, nesta quarta-feira (24), que acompanha as investigações sobre o caso de um homem que foi baleado após denunciar uma suposta abordagem truculenta de policiais militares do 4° Batalhão, no bairro Chã da Jaqueira, em Maceió. O homem, que foi baleado no último dia 23, passou por uma cirurgia e está internado no Hospital Geral do Estado (HGE).
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O crime aconteceu seis dias após a vítima divulgar imagens de câmeras de seguranças (veja aqui) que mostram três policiais do 4° BPM em uma abordagem em frente à casa dela. Na filmagem, um policial aparece aplicando um golpe conhecido como "mata-leão" no homem, enquanto os familiares dele reagem, tentando impedir a agressão. O homem é colocado no chão, algemado e depois levado para a parte de trás da viatura.
Em entrevista à TV Pajuçara, a promotora de Justiça Karla Padilha disse que o Ministério Público vai acompanhar as investigações da Corregedoria da Polícia Militar e da Polícia Civil, que apuram a ação dos policiais durante a abordagem e a tentativa de homicídio contra a vítima, respectivamente.
"Em relação às abordagens, a própria vítima, que foi ouvida no hospital, alega que não foi só uma abordagem. Porém, só temos imagens de uma delas. De acordo com a vítima, a primeira abordagem aconteceu no dia 17 de abril, e as outras foram após esse dia. Isso será investigado pela Corregedoria da Polícia Militar. O que a promotoria irá fazer é acompanhar essa apuração. Ainda tem a outra parte da história, que acontece após essas abordagens, onde a pessoa é baleada após as denúncias. Pela cronologia do tempo, não há como o Ministério Público, neste momento, dissociar essas duas situações", disse a promotora.
Karla ainda explica que a Polícia Civil investiga a autoria da tentativa de homicídio, que, segundo ela, teria relação com os fatos registrados antes do crime.
"Diante desse cenário, o que se sugere é que esta tentativa de homicídio ocorreu em razão dos outros fatos praticados nos dias anteriores. Neste caso, a investigação do crime doloso contra a vida, sobre a modalidade tentada, está sob o encargo da Delegacia de Homicídios da Capital. A esposa da vítima já foi ouvida pela polícia e é uma preocupação grande do Ministério Público a garantia da vida dessas pessoas, inclusive dessa testemunha. Se este crime foi cometido pelos policiais, que são agentes do estado, é necessário garantir a vida dessa vítima e das testemunhas. Até o momento, o que parece é que houve uma tentativa de silenciar essa vítima, para que ela não apontasse tudo o que estava acontecendo", completou.
Entenda o caso
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