Redação
Você já pensou nas consequências antes de compartilhar uma mensagem na rede social? Você realmente sabe se o que tem em mãos se trata de verdade ou boato? São perguntas que necessitam de uma reflexão, ainda mais em um mundo que convive diariamente com as chamadas “Fake News”. Uma mentira repassada em um grupo de Whatsapp ou em uma página de internet pode trazer sequelas seríssimas na vida das pessoas e o responsável por ela pode responder por crime contra a honra.
LEIA TAMBÉM
O motorista de aplicativo, Ricardo Miranda, de Maceió, e sua família, denunciaram à imprensa que uma foto dele está circulando nas redes nos últimos dias, com um texto o acusando de ser sequestrador e estuprador. Com isso, estaria com medo de sair de casa e já procurou a polícia para denunciar o boato. O texto que circula junto com a foto dá até detalhes de que o "estuprador" agiria na região das Avenidas João Davino e Álvaro Calheiros.
“Eu soube ontem através do meu irmão, que mora em Florianópolis, e que está em um grupo de Whatsapp com amigos de Maceió. Familiares da minha esposa, da cidade de Delmiro Gouveia, também me ligaram para saber o que estava acontecendo. Todos preocupados. Soube que minha imagem também está em grupos de mães, que estão com medo, pois eu trabalho com isso, sou motorista de aplicativo, isso me atrapalha. Já tomou grandes proporções. Estou com medo até de sair de casa”, disse, aparentemente abalado.
Em uma outra postagem, Ricardo é tratado como um auditor fiscal da Justiça Federal que abordaria pessoas nas imediações da Avenida Engenheiro Paulo Brandão Nogueira, próximo a um supermercado no bairro de Jatiúca. Ele chegaria próximo da vítima e a ameaçaria de morte e de estupro, caso ela não fizesse o que ele queria. E ainda haveria uma informação a mais. Ele seria responsável pelo roubo de uma quantia de R$ 15 mil da Caixa Econômica Federal.
Em um outro compartilhamento, o autor da postagem relata que ele atuaria com um comparsa nas proximidades da Avenida João Davino e na Avenida Almirante Álvaro Calheiros, em Jatiúca. E o seu alvo principal seria mulheres.
O motorista já registrou o caso em um Boletim de Ocorrência na Delegacia Geral de Polícia Civil, em Jacarecica, e aguarda que o responsável pela divulgação seja penalizado. “Já fiz o B.O. e quero descobrir de quem partiu essas mensagens. Quero que ele seja responsabilizado, pois está causando danos para a minha vida”, relatou ao TNH1.
Questionado sobre desconfiar de alguém ou se teria algum tipo de inimizade, Ricardo foi taxativo e respondeu que não tem suspeitas. “Nunca tive inimizade com ninguém. Nem passa pela minha cabeça quem poderia ter feito essa crueldade comigo”, disse.
POLICIA PROMETE INVESTIGAR
O TNH1 entrou em contato com a polícia. O Delegado Robervaldo Davino, do 6º DP, informou que já tomou conhecimento do caso por meio do Boletim de Ocorrência registrado, e que deverá começar a investigar o caso na segunda-feira, 21.
BOATO EM REDE SOCIAL É CRIME
De acordo com o Código Penal Brasileiro, os atos relacionados a boatos se enquadram nos crimes de honra, que são: calúnia, difamação e injúria.
Calúnia é a imputação falsa de um fato criminoso a alguém – art. 138: pena de seis meses a dois anos e multa. Quem divulga a informação falsa também comete a calúnia;
Difamaçãoé a imputação de ato ofensivo à reputação de alguém – art. 139: pena de três meses a um ano e multa;
Injúria é a prática de qualquer ofensa à dignidade de alguém – art. 140: pena de um a seis meses ou multa.
Saiba o que fazer se for vítima
Primeiramente, é importante que a vítima faça um print ou imprima a página do local em que o conteúdo falso foi postado.
Procurar uma delegacia é determinante para poder levar o caso à Justiça. O boletim de ocorrência pode ser feito em qualquer delegacia da sua cidade. Em Alagoas, não há delegacias especializadas em crimes eletrônicos, diferentes de outros estados do país.
Confira como se proteger
É muito difícil se proteger nos dias de hoje, já que a internet é considerada por muitos "terra de ninguém". As divulgações nela feitas não permitem um controle sobre o que é real e falso. Mas algumas medidas podem ser tomadas para diminuir as possibilidades.
São elas: deixar de fornecer suas informações pessoais, aumentar a privacidade dos perfis, evitar repassar mensagens com assinaturas, não divulgar fotos pessoais, entre outras.
LEIA MAIS