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Morreu a cantora Betty Davis, considerada uma das rainhas do funk, do soul e de R&B, nesta quarta-feira (9) aos 77 anos. A morte da artista foi confirmada por uma amiga, Danielle Maggio, à revista americana Rolling Stone. Segundo Amie Downs, diretora de comunicação do condado de Allegheny, onde Davis morava, Davis morreu de causas naturais.
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A maior parte de sua obra foi gravada entre 1964 e 1975, mas seu impacto foi sentido nas décadas seguintes. A artista foi casada com o trompetista Miles Davis (1926-1991) e foi amiga próxima de Jimi Hendrix (1942-1970).
Nascida em 1945 e criada em uma fazenda no estado americano da Carolina do Norte, Betty assinava o sobrenome Mabry e, no final dos anos 1960, morou em Nova York após se sentir atraída por um curso de moda. Trabalhou como modelo e frequentava o Greenwich Village, o bairro boêmio da época.
Foi ainda como Betty Mabry que ela lançou o single "Get Ready for Betty", ainda em 1964. Ela se casaria com Miles em 1968 e, apesar da união ter durado apenas um ano, ela é reconhecida por introduzir o trompetista à sua fase no jazz fusion, apresentando Miles a Hendrix –o que rendeu discos como "In a Silent Way" e "Bitches Brew", de 1969 e 1970, nesta ordem.
O álbum de estreia de Betty só sairia em 1973, feito para a Just Sunshine Records, de um dos organizadores de Woodstock, Michael Lang, morto recentemente. Nos dois anos seguintes, lançaria ainda "They Say I'm Different" e "Nasty Gal" –mas nenhum foi um sucesso comercial.
Betty Davis foi autora de versos de perspectiva feminista e empoderada, abordando sexo e prazer sob uma ótica até então restrita a artistas homens. São exemplos, em tradução livre, os versos de "Shoo-B-Doop and Cop Him": "Manas, não consigo evitar/ Vou degustá-lo até o sol nascer/ E quando minhas pernas ficarem bambas/ Elas vão saber, e nós ainda estaremos mandando ver."
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