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Moradores do Bom Parto estão acampados desde a noite dessa segunda-feira (11), em protesto pela realocação e melhores condições de vida. O acampamento foi montado em um trecho da Avenida Major Cícero de Góes Monteiro, no bairro do Mutange. O trânsito na região não foi prejudicado, já que o protesto está localizado em uma área já bloqueada pela Braskem. Por causa do acampamento, o acesso de trabalhadores da empresa na área foi impedido.
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O bairro é um dos afetados pela instabilidade do solo provocada pela mineradora. O acampamento, organizado por moradores que ainda não foram realocados, conta com tendas, sofás, televisão e até mesmo colchões. Também foram colocadas faixas que estampam frases com cobranças aos órgãos públicos.
O líder comunitário, Fernando Lima, disse que não há previsão para deixarem o local. “Nós cansamos de esperar. Então, as pessoas se juntam, os órgãos decidem o que é melhor pra gente, e infelizmente o que eles acham que é melhor não é o que nós queremos”, disse o líder em entrevista ao repórter Bruno Protasio, da TV Pajuçara/Record TV.
“Nós precisamos da realocação, é uma questão de vida e morte. Então, por que não juntar todos os órgãos? Tem dinheiro pra dar e vender. É ínfimo o que se vai gastar para realocar o pessoal. A gente cansou de ficar 3/4 horas. Hoje estamos acampados aqui e não temos a menor ideia da data que iremos sair. Tem que conversar com a comunidade que está sofrendo, não decidir. Ninguém tem o direito de decidir o que é melhor para a gente”, defendeu Fernando Lima.
Braskem e Defesa Civil se pronunciaram oficialmente - Através de nota, a mineradora diz que atua de acordo com o mapa de desocupação e que o monitoramento é feito pela Defesa Civil de Maceió. A nota da Braskem argumentou também que a única coisa que cabe à empresa é apoiar a realocação preventiva.
Leia, abaixo, a nota na íntegra.
A Braskem atua de acordo com o mapa de desocupação e monitoramento definido pela Defesa Civil de Maceió. À empresa cabe apoiar a realocação preventiva dos moradores e comerciantes dessa região oferecendo os meios necessários para a mudança, o pagamento de auxílios financeiros e uma série de serviços gratuitos, a exemplo de apoio psicológico, por meio do Programa de Compensação Financeira e Apoio à Realocação (PCF).
A Defesa Civil diz que segue o monitoramento das áreas afetadas pelo processo de afundamento do solo, e que até o momento não teriam sido encontrados dados para atualização e ampliação do mapa. Confira, abaixo:
A Defesa Civil monitora ininterruptamente as áreas afetadas pelo processo de afundamento do solo, bem como as áreas de borda do Mapa de Linhas e Ações Prioritárias (V4), nos bairros adjacentes, por meio de equipamentos que medem em milímetros a movimentação do solo e por visitas in loco, que acontecem periodicamente, por meio das vistorias do Comitê Técnico.
Até o momento não foram encontrados dados que culminem na atualização e ampliação do mapa. O órgão continua à disposição para ouvir a população e esclarecer possíveis dúvidas.
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