Ministro da Saúde é exonerado do cargo para votar em aliado na Câmara

Publicado em 17/02/2016, às 10h36

Redação

Em meio a um surto de microcefalia e a uma explosão de casos de zika vírus no país, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, foi exonerado do cargo pela presidente Dilma Rousseff nesta quarta-feira. O motivo é a eleição do líder do PMDB na Câmara dos Deputados, que está marcada para hoje. Com o afastamento, ele retoma o mandato de deputado e é um voto favorável à reeleição de Leonardo Piccinani (PMDB-RJ), que é aliado do Planalto. O outro candidato que está na disputa é Hugo Motta, próximo ao presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

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Conforme já era esperado, a decisão foi publicada no Diário Oficial da União nesta quarta. O Planalto está apreensivo com a eleição para a liderança do PMDB, porque ela pode ser determinante para o andamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Casa. É responsabilidade do líder nomear os oito integrantes que devem compor a comissão especial que analisará o pedido de afastamento da presidente. Além disso, o líder tem influência sobre a tramitação de projetos considerados cruciais para o governo, como a recriação da CPMF.

Até ontem, o ministro se dizia em dúvida se deixaria o posto. Hoje, ele mudou o discurso: "Estou fazendo o que acho que deveria ser feito", afirmou.

Nesta quarta-feira, aliados de Hugo Motta e a oposição apresentaram um requerimento para que ele fosse à Câmara prestar esclarecimentos a respeito das ações do governo para enfrentar as epidemias de zika vírus, dengue e chikungunya. Questionado sobre se poderia retornar ao ministério, apesar de todas as pressões, ele respondeu: "Assim espero".

No seu lugar, a presidente Dilma Rousseff nomeou o secretário executivo da Saúde, José Agenor Álvares da Silva.

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