Ministra da Saúde de Portugal não listou 17 reflexões sobre a pandemia

Publicado em 10/06/2021, às 21h03
Agência Alagoas -

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Circula no WhatsApp um vídeo com 17 reflexões e supostas orientações sobre a pandemia do novo coronavírus que são atribuídas à ministra da Saúde de Portugal, Marta Temido. A informação é falsa. Apenas um pequeno trecho de uma fala da ministra foi usado de forma distorcida. A lista de recomendações apresenta verdades e mentiras.

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A narração do vídeo com mais de três minutos aparentemente foi feita por algum meio computadorizado. “Finalmente, algo prático e honesto! Ministra da Saúde de Portugal, Marta Temido entrega a realidade: 1) Talvez tenhamos que morar com o COVID19 por meses ou anos. Não vamos negar ou entrar em pânico. Não vamos tornar nossas vidas inúteis. Vamos aprender a conviver com esse fato” (sic), inicia a mensagem, que incentiva que as pessoas saiam de casa. 

A ministra não disse isso. Inclusive, o link citado no fim do vídeo como fonte da lista não contém a mensagem. O texto com a ideia alarmista de que as medidas de distanciamento seriam para sempre distorce uma fala de Marta Temido de abril de 2020, no início da pandemia. Na verdade, durante o pronunciamento da gestora, ela disse o seguinte: “Não haverá um regresso à normalidade como a conhecíamos. A Covid-19 não está ultrapassada, é preciso aprender a conviver com a doença, até que haja uma vacina”. 

O texto segue com os demais 16 tópicos. Algumas informações estão certas, como “você não pode destruir o vírus bebendo galões de água quente”, “perder o sentido do olfato é apenas um sintoma”, “você não pode ser protegido contra o vírus tomando vinagre, suco de cana e gengibre!”. Por outro lado, algumas informações não são verídicas, como é o caso de que máscaras prejudicariam a saúde e que não seria necessária a higienização em casa ao chegar da rua. 

A lista que é compartilhada já circulou em vários idiomas e formatos e já foi associada, inclusive, a Robert Rey Redfield, diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças do governo dos Estados Unidos. A informação circulou ainda no primeiro semestre de 2020 e foi desmentida pelo Portal G1 e pela agência de checagens Boatos.org. A editoria Alagoas Sem Fake recebeu o conteúdo em vídeo.

A mensagem original é baseada em afirmações do médico Faheem Younus, da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos. As publicações do médico no Twitter  foram feitas no início da pandemia, quando ainda não haviam muitas informações sobre a Covid-19. Mesmo assim, algumas traduções não são cópias exatas da fala. 

No geral, a mensagem traz algumas informações verdadeiras, mas distorce a realidade em outros aspectos, o que pode gerar um incentivo ao relaxamento com relação ao distanciamento social. Ao fim do vídeo fica claro o exagero. “Divulguem por favor para tentarmos acabar com a demência coletiva”, diz o conteúdo distorcido.

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