Ministério Público pede devolução de meio bilhão a empresários de Maceió acusados de sonegação

Publicado em 22/01/2025, às 11h56
MPAL denuncia envolvidos na operação Circuito Fechado e pede devolução de meio bilhão - Foto: Cortesia/MPAL

Eberth Lins

Uma ação penal do Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) está pedindo a reparação mínima no valor de R$ 502.503.647,88, além de fixação de danos morais coletivos, a empresários de Maceió alvos da Operação Circuito Fechado, que investiga sonegação fiscal e falsidade ideológica. O MPAL também denunciou oito pessoas investigadas pelos crimes.

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Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens (Gaesf), do MPAL, para viabilizar os crimes, a organização criminosa contava com a participação de contadores, advogados, empresários, “testas de ferro” e “laranjas”.

O MPAL explicou como funcionava o esquema dos empresários do ramo de supermercados  para obter vantagens ilícitas e enriquecer de forma indevida.

"Na apuração do Gaesf, após a deflagração da operação [Em dezembro de 2024] que cumpriu 14 mandados judiciais de busca e apreensão contra 12 pessoas físicas e jurídicas, cujas residências e empresas estão localizadas na Ponta Verde e na parte alta da cidade de Maceió, constatou-se que o grupo praticava fraudes estruturadas, como falsificação de documentos e manipulação societária. Todo o material apreendido à época, como aparelhos eletrônicos, veículos e documentos, serviram de base para o ajuizamento da ação proposta pelo Gaesf, que detalha, dentre outras coisas, como a orcrim praticou o crime previsto na Lei n.º 8.137/90, que trata sobre sonegação de impostos, e falsidade ideológica, tratado no art. 299 do Código Penal brasileiro", detalhou o MPAL, nesta quarta-feira (22).

Conforme o MPAL, os denunciados atuavam em um esquema de diversas sucessões empresariais no ramo de supermercados, com utilização de pessoas interpostas e sócios-laranjas, "visando o não pagamento das dívidas tributárias das empresas sucedidas, resultando no ganho de lucros ilegais". 

"Após ter acesso aos dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), o Gaesf constatou transações financeiras de alto valor e natureza suspeita, com potencial enquadramento em crimes financeiros como lavagem de dinheiro e sonegação fiscal", frisou a instituição.

Um homem que seria sócio do esquema já foi preso, em 2019, pela Polícia Federal dentro da Operação Camaleão, que investigou um esquema de sonegação de impostos em Alagoas.

Na Operação Camaleão, as investigações apuraram a conduta de um empresário do ramo do comércio, que teria transferido a empresa em seu nome para terceiros. 

"Iniciadas em 2015, as diligências policiais indicavam que o proprietário de um supermercado, localizado no Conjunto Eustáquio Gomes, em Maceió/AL, estaria, há vários anos, colocando a empresa em nome de “laranjas”, com o fim de sonegar tributos. No decorrer das apurações, a empresa já foi transferida para o nome de várias pessoas, todas de origem humilde, sendo uma delas, inclusive, morador de rua da cidade", disse a Polícia Federal à época.
 
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