Júlia Barbon/Folhapress
Seguindo com seu "plano motosserra" contra os gastos públicos na Argentina, o presidente Javier Milei anunciou nesta terça (26) que não vai renovar os contratos temporários de mais de 5.000 funcionários federais que acabam neste mês e foram assinados pelo seu antecessor Alberto Fernández no último ano.
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"O restante dos contratos entra em um processo de revisão que vai durar 90 dias", disse o porta-voz do governo, Manuel Adorni, sem precisar a quantos postos de emprego a avaliação se refere. Segundo o jornal Clarín, seriam mais de 45 mil contratados há mais de 12 meses na administração pública nacional.
A não renovação foi formalizada por um decreto de Milei, que traz algumas exceções. Entre elas estão os trabalhadores que entram na cota de pessoas trans e com deficiência, conforme a lei argentina, e também os que foram integrados aos quadros permanentes ao longo deste ano.
O ultraliberal já havia anunciado em sua primeira semana de governo um corte de 18 para 9 ministérios e de 106 para 54 secretarias, o que significaria uma redução de 50% dos cargos hierárquicos e 34% dos cargos federais no total. Não está claro se os contratos não renovados entram nessa conta.
O presidente também já havia suspendido a propaganda oficial em meios de comunicação por um ano -que segundo sua gestão representou gastos de 34 bilhões de pesos em 2023 (R$ 180 milhões na cotação paralela, que rege os preços no país)- e determinado o fim do home office para o funcionalismo.
A intenção é acabar com o que popularmente é conhecido como funcionários "nhoque" na Argentina, que não trabalham e só aparecem no fim do mês para cobrar o salário. A expressão vem da tradição de comer o prato italiano para trazer prosperidade todo dia 29, data de pagamento da administração pública.
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