Metapneumovírus na China: vírus respiratório pode causar nova pandemia?

Publicado em 08/01/2025, às 14h57
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Crescer

A alta de infecções pelo metapneumovírus (HMPV) na China, especialmente entre crianças, está chamando a atenção do mundo. Será que esse vírus pode levar a uma nova pandemia? Passados cinco anos desde a disseminação global da covid-19, o medo de reviver uma situação semelhante tem preocupado as famílias. No entanto, especialistas afirmam que, por enquanto, não há motivo para pânico.

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O metapneumovírus é um vírus novo? Essa é outra dúvida que tem circulado nos últimos dias. Embora esteja chamando a atenção agora, esse vírus, responsável por infecções nas vias respiratórias superiores e inferiores, não é uma novidade para os especialistas. Ele foi identificado pela primeira vez na Holanda em 2001. Já no território brasileiro, o primeiro caso foi registrado em 2004.

O que é o metapneumovírus? - O metapneumovírus pertence à família Pneumoviridae, assim como o vírus sincicial respiratório (VSR). Segundo Renato Kfouri, infectologista, pediatra e colunista da CRESCER, esse é um vírus que desencadeia doenças respiratórias muito frequentes. “Normalmente, ele não é associado a infecções graves e, sim, a um resfriado mais leve”, explica o especialista.

Quais são os sintomas do metapneumovírus? Os principais sintomas incluem tosse, febre, congestão nasal e falta de ar. Em casos mais graves, a infecção pode progredir para complicações como bronquite ou pneumonia, especialmente entre as crianças, que possuem sistema imunológico mais imaturo. O período de incubação do vírus varia de 3 a 6 dias.

Por que o metapneumovírus está nos noticiários? Nos últimos dias, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) da China observou, no norte do país, um aumento de infecções respiratórias agudas, incluindo gripe sazonal, infecções por rinovírus, vírus sincicial respiratório (VSR) e, por fim, o metapneumovírus humano, sobretudo entre as crianças, informou a Agência Brasil.

No entanto, as atualizações do órgão mostram que a magnitude e a intensidade das infecções respiratórias registradas ao longo das últimas semanas foram menores do que as registradas no mesmo período do ano anterior. Vale destacar que os surtos de metapneumovírus ocorrem principalmente no inverno — estação que atualmente predomina no hemisfério norte.

Apesar de estar em alerta, o CDC chinês negou que os hospitais estejam lotados, como afirmam alguns relatos nas redes sociais. “As infecções tendem a atingir o pico durante o inverno”, destacou Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.

Em entrevista ao The Guardian, especialistas atribuíram a alta de casos em parte às novas tecnologias que detectam mais facilmente o HMPV. “Estamos apenas mais cautelosos com os surtos agora. Todo mundo é hipervigilante, e você ouve esse termo metapneumovírus humano e parece meio assustador”, afirmou Jacqueline Stephens, professora sênior de saúde pública da Universidade Flinders, na Austrália.

Como o vírus é transmitido? - O HMPV pode ser transmitido de diversas formas, incluindo:

  • Secreções respiratórias: gotículas liberadas por meio de tosse ou espirros.
  • Contato pessoal próximo: tocar ou apertar as mãos de uma pessoa infectada.
  • Superfícies contaminadas: tocar objetos ou superfícies com o vírus e, em seguida, levar as mãos à boca, nariz ou olhos.

Prevenção contra o HMPV - Para evitar a propagação do vírus, é preciso adotar algumas práticas de higiene como:

  • Higienização das mãos com água e sabão por pelo menos 20 segundos.
  • Evitar tocar os olhos, nariz ou boca com as mãos sujas.
  • Não compartilhar objetos como copos e talheres com outras pessoas.
  • Evitar contato próximo com pessoas com sintomas gripais.
  • Pacientes infectados devem cobrir a boca e o nariz ao tossir e espirrar e evitar sair de casa.

Tratamento - Infelizmente, não há terapia antiviral específica para tratar as infecções pelo HMPV e também não há vacinas disponíveis para prevenir a doença. O tratamento, portanto, busca aliviar os sintomas.

O metapneumovírus pode levar a uma nova pandemia? Kfouri destaca que os especialistas ainda têm poucas informações sobre o que vem acontecendo na China, mas as entidades de saúde estão em alerta. No Brasil, o Ministério da Saúde divulgou uma nota informando que vem monitorando os casos.

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