Redação
A rejeição aos Jogos Olímpicos do Rio dobrou de 2013 para 2016 e chegou a 50 % da população brasileira, revelou pesquisa Datafolha divulgada nesta terça-feira, a 17 dias da cerimônia de abertura da primeira Olimpíada na América do Sul.
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O aumento da avaliação negativa com relação aos Jogos ocorre mediante uma mudança de cenário econômico no país, que enfrenta a pior recessão econômica em décadas, e também em meio às investigações de corrupção da operação Lava Jato, que envolvem empreiteiras diretamente envolvidas nas obras olímpicas.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, que publicou o levantamento nesta terça, a parcela dos que haviam dito ser contra a realização da Rio 2016 na pesquisa anterior do instituto, em junho de 2013, era de 25 %.
Entre os que apoiam o evento que acontecerá no próximo mês, houve um recuo de 64 %em 2013 para 40 % este mês, segundo a Folha. Outros 9% disseram ser indiferentes à competição, e 2 % não responderam.
O Datafolha apontou também que 63% dos entrevistados acreditam que o evento trará mais prejuízos do que benefícios para os brasileiros em geral, ante 38 % no levantamento de 2013.
A pesquisa revelou ainda um crescente desinteresse dos brasileiros com relação à Olimpíada, que vai de 5 a 21 de agosto. Entre os entrevistados este mês, 51% disseram não ter nenhum interesse, em um salto ante 28% no levantamento anterior. Só 16 % afirmaram estar muito interessados no evento.
O Datafolha entrevistou 2.792 pessoas acima de 16 anos, em 171 municípios de todo o país, entre os dias 14 e 15 de julho. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
O Brasil terá no Rio de Janeiro a maior delegação de sua história em uma Olimpíada. Serão 462 atletas, sendo 209 mulheres e 253 homens. Antes de 2016, a maior delegação do país nos Jogos Olímpicos foi em Pequim 2008, quando 277 atletas (132 mulheres e 145 homens) competiram.
As modalidades majoritariamente individuais com mais atletas representando o país-sede serão o atletismo (67) e natação (33). Modalidades eminentemente coletivas também contribuíram para a quebra desse recorde, com o handebol (28), polo aquático (26) e futebol (36). Segundo o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), a inscrição dos atletas foi feita na segunda-feira na Vila Olímpica Rio 2016.
– Encerramos uma fase importante da preparação da delegação brasileira. Foi uma longa reunião, onde não deixamos passar nenhum detalhe. O Time Brasil teve a melhor preparação da história, coroada com o recorde absoluto de integrantes de uma delegação nacional em qualquer edição dos Jogos – afirmou o chefe da Missão Brasileira, Bernard Rajzman, ao site do COB.
Dentre os integrantes da delegação que já estão de malas prontas para o Rio de Janeiro, estão algumas potências olímpicas. O ginasta campeão olímpico das argolas, Arthur Zanetti, é um deles. Yane Marques, do pentatlo moderno, que conquistou o bronze em Londres 2012, também tem boas chances de repetir o bom desempenho no Rio. Na canoagem de velocidade, Isaquias Queiroz é outro que pode fazer bonito. No judô, temos a campeã olímpica Sarah Menezes.
A torcida brasileira também deposita esperança de medalhas em esportes coletivos, tanto nas versões masculina como na feminina. Vôlei, futebol e vôlei de praia sempre nos renderam pódio. Além disso, os Jogos do Rio de Janeiro podem significar a redenção para Fabiana Murer. A atleta do salto com vara tem participação destacada em mundiais e jogos Pan Americanos. Após enfrentar problemas nas Olimpíadas de Pequim e Londres, é uma das candidatas ao ouro em 2016.
Em algumas modalidades, o Brasil terá representantes pela primeira vez. Quem for aos locais de disputa poderá ver as equipes brasileiras de badminton, ginástica de trampolim, hóquei sobre grama, golfe e rugby seven. Dessas, o golfe volta ao programa olímpico após 112 anos e o rugby seven fará sua estreia. Vale lembrar que o país, por ser sede, tem vaga garantida em todas as modalidades dos jogos de 2016.
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