Mensagens mostram participação de Cristiane Brasil em esquema, diz PGR

Publicado em 12/06/2018, às 17h07

Redação


LEIA TAMBÉM

A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou que a segunda fase da Operação Registro Espúrio, deflagrada nesta terça-feira 12, cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços da deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) porque há “indícios” de seu envolvimento em um esquema criminoso de fraude em registros de sindicatos no Ministério do Trabalho.

O esquema foi revelado por VEJA em março e desmantelado na primeira fase da operação, no último dia 30. Por “indícios”, o MPF se refere a mensagens encontradas no celular do servidor Renato Araújo Júnior, que atuava na Secretaria de Relações do Trabalho e seria “o braço-direito” da deputada no Ministério do Trabalho.

Segundo a Procuradoria, diálogos entre Cristiane e Araújo tratavam de orientações sobre como o servidor deveria executar o esquema criminoso. “Além de orientar o servidor em relação a como agir na análise de pedidos, há inclusive mensagens que tratam da cobrança de valores previamente combinados”, diz o texto. Nas mensagens, a deputada faz referência ao pai, o ex-deputado e presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson.

Reportagem de VEJA demonstrou que, por meio de indicações políticas para cargos técnicos na pasta, o PTB, em uma espécie de “sociedade oculta” com o Solidariedade, montou uma engrenagem de corrupção, que consistia na cobrança de propinas em troca da permissão para a criação de novas entidades sindicais. O setor que cuida do assunto no governo federal é justamente a Secretaria de Relações do Trabalho.

Caciques dos dois partidos, em especial Jefferson e os deputados Jovair Arantes (PTB-GO) e Paulinho da Força (SD-SP) – todos alvos da primeira fase da investigação –, receberam, segundo as investigações da Polícia Federal, propina em troca da influência política na pasta, exercida pelas legendas desde o início do governo do presidente Michel Temer (MDB).

A própria Cristiane Brasil chegou a ser nomeada por Temer para assumir o cargo de ministra do Trabalho em janeiro, mas a indicação foi suspensa por decisões judiciais, até que o governo desistiu. Hoje, o ministério é dirigido interinamente por Helton Yomura, também ligado ao PTB.

Defesa

Cristiane Brasil afirma ter ficado “surpresa” por ser alvo da segunda fase da operação. Segundo a deputada, ela “não tem papel nas decisões tomadas pelo Ministério do Trabalho”. “Espero que as questões referentes sejam esclarecidas com brevidade e meu nome limpo”, disse.


Gostou? Compartilhe

LEIA MAIS

Justiça condena homem que chamou artista de 'traveco' em post de casa de shows, em Maceió Justiça proíbe condomínio de usar galinhas contra praga de escorpiões Justiça manda indenizar mulher que contraiu HPV após traições do ex-marido STF nega liberdade condicional a ex-deputado Daniel Silveira