Polícia

Menina de apenas 4 anos relata, em vídeo, abusos que teria sofrido do próprio tio

A mãe dela foi às redes sociais para denunciar irmão de ex e reclamar de impunidade

| 09/08/24 - 09h08
| Foto: Reprodução

Karoline Silva é mãe de uma menina que tem, hoje, quatro anos e meio de idade. No ano passado, quando a filha tinha três, ela percebeu que a criança apresentava um comportamento fora do comum para o que estava acostumada. A criança se escondia por trás das portas, do sofá e começou a tocar nas partes íntimas. 

Isso gerou uma certa preocupação na mãe e no atual marido dela. De acordo com o relato da mãe, em uma conversa a caminho da escola, a menina relatou que as partes íntimas estavam doendo, porque o “titio” teria mexido no “piupiu” dela. O suspeito, que hoje tem 23 anos  e é irmão do pai da criança, teria aliciado a vítima, dizendo que ia “brincar de médico”.

Ao TNH1, Karoline contou que deixou a filha no colégio, foi para o trabalho chorar e ligou para a avó da menina. Elas foram ouvidas pelo Conselho Tutelar e levaram a criança para passar por exames na Rede de Atenção às Vítimas de Violência Sexual, do Hospital da Mulher. Também foi registrado um Boletim de Ocorrência.

O caso teria acontecido em julho de 2023. Mas somente nessa quinta-feira (08) a mulher foi às redes sociais relatar o ocorrido, por conta da indignação com a impunidade do suspeito.

A mãe de Karoline alertava que o comportamento da criança estava estranho há cerca de um mês, antes da criança ter relatado, de fato, o abuso. O pai da menina não teria acreditado na situação. Foi então que ela decidiu gravar um vídeo “entrevistando” a filha, que você pode conferir abaixo. Atenção: o conteúdo possui um relato forte. 

“Minha mãe dizia que eu confiava demais na família do meu ex. Nos separamos quando nossa filha tinha pouco mais de um ano. Mas ela já me alertava, falando que, algumas vezes, viu as partes íntimas dela avermelhadas. A menina só contou o que estava acontecendo quando começou a doer”, relembrou.

Mesmo com a criança falando sobre o abuso e citando nominalmente o acusado, Karoline conta que nem o pai e nem a avó paterna fizeram alguma coisa. “Eles ficaram insistindo que minha filha continuasse frequentando o local onde o crime ocorreu [a casa da avó]. Segui a sugestão do Conselho e falei que o pai só iria buscá-la para passar o dia e depois teria que deixar na minha casa”.

Antes a menina ficava o final de semana na casa do pai. Até que chegou um dia, como conta a mãe, que ele disse para arrumar a criança que a levaria ao shopping. No entanto, ela teria sido levada ao ambiente onde o abuso ocorreu. “A avó ligou para mim dizendo que não ia devolver minha filha, porque o abusador não estava mais lá, então era seguro. Ela voltou para casa na segunda com febre emocional, crise de ansiedade e pesadelos”.

“Eu tenho vivido os piores dias da minha vida”, diz Karoline em um vídeo na rede social. No dia 20 de maio deste ano, ela recebeu uma intimação da Justiça, porque o homem alegava que o acordo de guarda compartilhada não estava sendo cumprido. A multa no processo é de R$200, por cada descumprimento, limitada a R$5 mil.

A mãe conseguiu o acompanhamento virtual do Conselho Tutelar para a vítima. O tio da criança foi ouvido pela Polícia Civil. Até o momento, segundo Karoline contou à reportagem, o suspeito segue impune. 

O TNH1 entrou em contato com a Polícia Civil que informou que o inquérito já estava concluído para relatório, mas o advogado do suposto autor solicitou o depoimento de algumas testemunhas.

Por isso, a delegada Talita Aquino, titular da Delegacia de Combate Aos Crimes Contra Criança e Adolescente (DCCCA), deferiu a solicitação requerida pelo advogado e as oitivas serão agendadas o mais rápido possível para finalizar o inquérito policial.