Revista Crescer
"Recentemente, a minha pequena de apenas 3 aninhos quebrou o recorde de soletração rápida pelo ranking Brasil e se tornou a mais jovem em soletração rápida do país", declarou Amanda Oliveira, orgulhosa, ao falar da filha, Pietra (@pietra_garcia2021), à equipe da CRESCER. O feito é realmente incrível e basta assistir aos vídeos dela para ter dimensão do conhecimento e da inteligência da menina, que já é membro de pelo menos duas sociedades de alto QI — a Mensa e a Intertel —, com uma pontuação impressionante de 149.
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No perfil administrado pela mãe, nas redes sociais, é possível ver Pietra localizando no mapa onde fica cada estado brasileiro, identificando suas bandeiras e capitais. Ela ainda aparece fazendo contas de matemática; respondendo às perguntas sobre a tabela periódica; números romanos; alfabeto em libras; inglês... A lista de conhecimento é extensa!
Mas diferentemente do que se pensa, as altas habilidades e superdotação não veem acompanhadas apenas de pontos positivos. "Pietra tem dificuldade em manter o interesse nas atividades, já que está em busca de estímulos constantes. Outro desafio é encontrar um ambiente educacional adequado, que compreenda sua superdotação. Inclusive, estamos buscando divulgação para conseguir uma bolsa de estudos em um colégio que ajude a nossa pequena a desenvolver mais as suas habilidades. Como pais, buscamos também equilibrar o desenvolvimento emocional e acadêmico dela", explica.
Em depoimento à CRESCER, Amanda relembrou os primeiros sinais de que a filha poderia ter superdotação, falou sobre suas habilidades e os desafios que tem pela frente. Confira:
"A gravidez de Pietra foi planejada e a gestação foi tranquila, com todos os cuidados necessários. No entanto, o parto foi difícil e traumatizante, com riscos significativos de consequências graves. Felizmente, graças a Deus, esses riscos não se concretizaram, e Pietra nasceu saudável, superando as expectativas diante das adversidades enfrentadas no nascimento.
Desde os primeiros 9 meses, percebemos que Pietra apresentava um desenvolvimento muito avançado. Ela deu seus primeiros passos aos 9 meses e quinze dias e demonstrava uma capacidade notável de manter a atenção em atividades por longos períodos, além de memória surpreendente e habilidades de associação abstrata.
Ela começou a brincar de soletrar aos 2 anos e dois meses, inspirada por um quadro de soletração do programa do Luciano Huck, da Rede Globo. Então, montamos uma lista de palavras aleatórias e começamos a brincar com ela, sem qualquer treinamento formal. Até que, apenas três meses depois, ela quebrou o recorde ao responder um soletramento feito por mim com 32 palavras em 1 minuto, demonstrando uma velocidade média de 1,8 segundos por palavra respondida — ainda que o recorde tenha sido certificado somente aos 3 anos.
Essa conquista foi reconhecida pelo RankBrasil, uma organização dedicada a registrar recordes nacionais que celebram talentos e realizações únicas em diversas áreas. O feito de Pietra destaca não apenas sua inteligência extraordinária, mas também sua habilidade incomum para uma criança da idade dela. O reconhecimento pelo RankBrasil dá visibilidade ao potencial excepcional de Pietra e reforça a importância de apoiar o desenvolvimento de crianças superdotadas no Brasil. Além disso, Pietra recebeu o título de uma das crianças mais inteligentes do mundo pelo International Star Kids Awards (ISKA) e recebeu reconhecimento público do Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação, que destacou o talento dela em uma publicação na plataforma X.
Pietra adora brincar de soletrar, explorar formas, números e aprender novos temas como anatomia e idiomas. Ela também lê livros infantis e mostra interesse por atividades como pintura, música, robótica e computação. Mas diferentemente do que muitas pessoas imaginam, a criação e educação de crianças superdotadas apresentam desafios. É difícil fazer, por exemplo, com que ela mantenha o foco e o interesse em atividades que já aprendeu. Como ela domina rapidamente novas habilidades, está sempre em busca de estímulos constantes.
Outro desafio é encontrar um ambiente educacional adequado que compreenda sua superdotação e proporcione experiências sociais enriquecedoras. Por fim, como pais, buscamos também equilibrar o desenvolvimento emocional e acadêmico dela. Pietra ainda não frequenta a escola. Hoje, ela interage com outras crianças durante passeios e atividades externas, embora ainda não esteja inserida em um ambiente escolar formal. Por recomendação da psicóloga, optamos por adiar até que ela complete 4 anos, para facilitar o processo de adaptação e socialização com crianças mais velhas.
Estamos cientes de que Pietra precisará de uma fase de adaptação cuidadosa. Planejamos introduzi-la gradualmente em um ambiente escolar com suporte especializado para atender suas necessidades intelectuais e emocionais. Contudo, o Brasil continua aquém em relação a países como os EUA quando o assunto é valorizar e acolher crianças superdotadas. Por enquanto, estamos explorando oportunidades de bolsas de estudo para garantir que Pietra tenha acesso a recursos educacionais que atendam às suas necessidades excepcionais. Consideramos tanto instituições nacionais quanto internacionais, que oferecem suporte para crianças superdotadas.
Essas bolsas podem ajudar a custear programas específicos, como cursos de idiomas, música, robótica, ou até mesmo escolas que possuam currículos diferenciados e adaptados para talentos como o de Pietra. A ideia é proporcionar um ambiente estimulante que permita a ela desenvolver todo o seu potencial, respeitando seu ritmo e interesses.
A aceitação de Pietra na Mensa e na Intertel representa um reconhecimento oficial de sua inteligência excepcional. Isso reforça seu potencial único e abre portas para interações com outras pessoas igualmente talentosas, além de ampliar oportunidades educacionais e de desenvolvimento. Um QI de 149 coloca o indivíduo significativamente acima da média, situando-o no topo dos 0,04% mais inteligentes da população mundial. Isso indica habilidades excepcionais de raciocínio abstrato, resolução de problemas e compreensão de conceitos complexos, além de alta capacidade de aprendizado e memória.
Em crianças como Pietra, um QI dessa magnitude reflete um potencial extraordinário, exigindo estratégias educacionais e emocionais específicas para maximizar seu desenvolvimento e lidar com desafios únicos, como a necessidade de constante estimulação intelectual e adaptação social."
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