Médica morta em hotel teve trauma na cabeça e intoxicação por morfina

Publicado em 20/08/2024, às 20h38
A médica de MG, Juliana Pimenta Ruas El Aouar, foi encontrada morta em hotel do ES | Reprodução / Redes sociais -

Folhapress

Novo laudo apresentado pelo Ministério Público do Espírito Santo apontou que a médica Juliana Pimenta Ruas El Aouar, achada morta em um hotel em Colatina no ano passado, sofreu traumatismo craniano e intoxicação por morfina.

LEIA TAMBÉM

Juliana sofreu traumatismos na cabeça ainda viva. Ela morreu após sofrer bronco aspiração e asfixia provocada por uma intoxicação por morfina, segundo documento foi apresentado pelo MPES à Justiça do estado. "[O óbito] decorreu da ação conjunta de dois mecanismos: intoxicação por morfina e edema cerebral resultante de traumatismo cranioencefálico", afirma o laudo.

Traumatismos provocaram hemorragias na vítima. Ainda conforme o laudo, o extravasamento de sangue comprova que as lesões foram provocadas com a médica ainda viva, porque, após a morte, ocorre "a interrupção da circulação sanguínea que mantém o sangue estagnado no interior dos vasos".

Laudo também estipulou o horário da morte de Juliana entre 4h e 8h da manhã do dia 2 de setembro de 2023. Para o Ministério Público, isso refuta a alegação do marido da vítima, o ex-prefeito de Catuji (MG), Fuvio Luziano Serafim, 44, de que ele acionou o socorro com a médica ainda viva. O homem foi denunciado pelo crime de feminicídio.

Socorro só chegou no hotel às 9h36, mais de uma hora depois da hora limite de morte da mulher, determinada no laudo. Quando o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência chegou no local naquele dia, os socorristas constataram que Juliana já estava sem vida.

Em julho passado, a 1º Vara Criminal da Comarca de Colatina rejeitou a denúncia do MPES e negou que Fuivo fosse submetido ao júri popular. Na ocasião, o juiz Marcelo Bressan disse não vislumbrar a prática de feminicídio pelo denunciado, mas que a médica havia morrido devido ao "extremo vício no uso de medicamentos", prática que ela mantinha com o marido.

Ministério Público recorreu da decisão e apresentou novo laudo à Justiça, que comprovaria a participação de Fuvio na morte de Juliana. A reportagem questionou ao Tribunal de Justiça do Espírito Santo se o novo laudo já foi analisado, mas não obteve retorno. 

Em nota, a defesa de Fuvio disse já ter sido comprovado que o ex-prefeito não matou Juliana. O advogado afirmou que vai se manifestar apenas no processo.

ENTENDA O CASO - A Polícia Militar foi acionada pela gerência do hotel em que Fuvio estava hospedado com a esposa, Juliana Pimenta. Aos policiais, o gerente do hotel informou que hóspedes reclamaram do barulho vindo do quarto do ex-prefeito na madrugada.

Pela manhã, o homem foi até a portaria "bastante alterado, querendo pagar a conta e dizendo que a esposa estava passando mal", conforme relato do hotel. O Samu foi acionado e constatou a morte da vítima. Ela tinha sinais de agressão e o estado do quarto fez com que os peritos suspeitassem que a vítima tinha sido assassinada.

Fuvio e o motorista dele foram levados para a delegacia. A Polícia Civil foi acionada para fazer perícia no local. Os dois foram detidos em flagrante. Fuvio pelo crime de feminicídio e Robson por homicídio. O corpo de Juliana foi enterrado na tarde de ontem, em Teófilo Otoni (MG).

Gostou? Compartilhe

LEIA MAIS

MP denuncia mulher suspeita de envenenar e matar 26 gatos no interior de SP Bombeiros encontram corpo de homem que estava desaparecido Chuva diminui em Santa Catarina, mas chegada de frente fria preocupa Balsa colide contra casa flutuante no AM e deixa quatro desaparecidos