Interior

Material radioativo é encontrado em ferro-velho em Arapiraca

| 22/01/19 - 17h01
| Foto: Assessoria

Uma cápsula de raio-X que em seu interior contém Césio 137 (substância radioativa) foi recolhida de um ferro-velho pela vigilância Sanitária (Visa) de Arapiraca, na tarde desta terça-feira (22).

Após receber uma denúncia anônima, a equipe se dirigiu ao estabelecimento localizado no bairro São Luiz II. O proprietário foi informado do risco que estava correndo e de imediato entregou a cápsula. Ele não informou de quem adquiriu.

O objeto deveria ter sido entregue a uma empresa especializada na manutenção dos equipamentos de raio-X, para em seguida ser levado a um local adequado.

Se a empresa que fez o descarte incorreto for identificada, poderá responder criminalmente pelo fato de ter colocado a comunidade em risco.

“Ela fechada não tem perigo nenhum, mas se tivesse sido aberta as pessoas correriam risco de contaminação. Conseguimos evitar uma tragédia como a que houve em Goiânia há 32 anos”, afirmou o coordenador da vigilância sanitária, Edilson Melo.

O disque denúncia da Vigilância Sanitária está disponível das 8h às 14h, através do telefone 3530-3302.

Caso de Goiânia

O acidente radiológico de Goiânia, conhecido como acidente com o césio-137, teve início no dia 13 de setembro de 1987, quando um aparelho utilizado em radioterapias foi encontrado dentro de uma clínica abandonada, no centro de Goiânia, em Goiás. Na Escala Internacional de Acidentes Nucleares, que vai de zero a sete, ele foi classificado como nível 5 (acidentes com consequências de longo alcance).

O instrumento foi encontrado por catadores de um ferro-velho do local, que entenderam tratar-se de sucata. Foi desmontado e repassado para terceiros, gerando um rastro de contaminação que afetou seriamente a saúde de centenas de pessoas. Foi o maior acidente radioativo do Brasil.